Conectar as pessoas, levar informação e entretenimento. Em meio à pandemia do novo coronavírus, um festival 100% on-line e interativo se propõe a discutir e expressar sexualidade e diversidade durante esse tempo de isolamento social. Serão três dias com exibições de filmes, bate-papos, talk, exposição, performances e até mesmo um baile de máscaras virtual.
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Quarentena contra o coronavírus vira teste de fogo para casais Festa celebra liberdade sexual, música e arteCopasa prorroga pagamento de contas devido à pandemia de COVID-19"Acredito que mais do que nunca é neste momento que temos que colocar em pauta a sexualidade, conectar as pessoas, estar próximo, mesmo que virtualmente. Não é o momento de reprimir nossas vontades e desejos, que podem muitas vezes impactar na nossa saúde mental. É um momento de pensar novas formas de vivencia-lá", afirma o idealizador do projeto, Thales Albuquerque, de 31 anos.
Entre as atrações está uma entrevista com o ator pornô Rico Marlon, um dos mais conhecidos estúdios de pornô gay dos Estados Unidos. Haverá ainda uma exibição de curta-metragem mostrando as expressões criativas de sexo, fetiches e masturbação durante a quarentena e um talk pra discutir as perspectivas da cena das Porn Parties em meio à pandemia da COVID-19.
De acordo com Thales, as Porn Parties são festas com a proposta de promover a liberdade sexual por meio de ambientes livres de preconceitos e pudores. "São baladas liberais, onde o sexo é permitido em todos os espaços, inclusive na pista de dança", afirma.
O sexólogo Pedro Drubscky vai participar do debate "Prazer é nosso: dicas para aliviar o tesão". Para ele, discutir sexualidade é sempre interessante e importante. "Vivemos numa sociedade reprimida e onde a sexualidade é totalmente regrada, então, acredito que qualquer manifestação de libertação de corpos - ainda mais neste evento que lida com a sexualidade de uma forma diferente, com tabus sociais, tem toda a questão do fetiche - é sempre oportuna", afirma.
O evento é destinado a toda diversidade do público LGBTQ%2b, pessoas trans, cisgênero, não-binário, lésbicas, bissexuais e gays. "Os assuntos sobre sexo e sexualidade serão discutidos como um todo e, como haverá debates abertos, qualquer um pode participar, perguntando, tirando dúvidas e agregando informações, seja qual for a sua orientação sexual e identidade de gênero", disse Thales.
Sexo e isolamento social
Pedro Drubscky afirma que o isolamento social modifica as relações por tornar mais difíceis as interações presenciais: "Precisamos de pensar em uma forma de lidar com essa energia canalizada, já que não é possível fazer sexo. Então, é preciso encontrar formas de aliviar - seja por meio de mediação, atividades físicas ou do próprio prazer".Para o sexólogo, é momento de se descobrir: "Por que não usar esse tempo para se conhecer? É momento de explorar o próprio corpo. (...) E a energia do corpo envolve não apenas a sexual, mas nosso corpo todo. Então, na verdade, para lidarmos bem com a saúde sexual, temos de dormir bem, meditar, fazer alongamento, beber água, tentar se estressar menos e alimentar-se bem".
Para ele, está valendo, também, o sexo virtual em tempos de pandemia. " O sexo on-line já é presente desde a era virtual. Mas, agora, está se tornando uma categoria oficial de sexo. As pessoas estão reconhecendo e usando dessa ferramenta. É uma das formas que elas têm de se distrair e se aliviar. Uma forma de expressar sexualidade. Acho muito válido."
Ele também destaca o aumento do número de troca de "nudes". Mas atenta: "Querendo ou não, enviar uma imagem nua no meio digital pode sair do nosso controle. Temos que ter isso em mente. Mas, também, é preciso saber que divulgar conteúdo sem permissão é crime. É proibido divulgar "nudes" e materiais íntimos sem consentimento".
A exposição on-line
As expressões criativas de sexo, fetiches e masturbação durante a quarentena vão virar obra de arte na exposição Home Horny.
O objetivo é mostrar como as pessoas estão se expressando sexualmente durante o isolamento. Nesse caso, as fotos são enviadas pela própria pessoa que as tirou.
Os conteúdos são desde explícitos a mais artísticos, e qualquer um, maior de 18 anos, pode acessar a página por meio do site cometohorny.com.
Thales afirma que todos podem participar, mas para a estreia já se encerraram os envios."A exposição permanecerá fixa em nosso site após o festival e será atualizada semanalmente. Então, quem se interessar é só enviar para o nosso e-mail olá@cometohorny.com", disse.
Festa e colaboração
Na sexta-feira, ocorrerá uma festa on-line temática, que contará com djs e performances. "Será uma baile de máscaras. Estamos aproveitando e tentando levar conscientização sobre o uso de máscaras durante a pandemia. E também é uma maneira de as pessoas se sentirem mais à vontade para se exibirem na webcam", conta Thales.
Grande parte da programação é gratuita. Porém, há conteúdos que somente quem colabora tem acesso. "Criamos várias formas de colaborações com diversos valores para que possamos ajudar nas despesas do projeto, que é totalmente independente, e para os artistas envolvidos", informou o organizador.
As colaborações podem ser feitas a partir de R$ 5.
Confira programação completa aqui.