Jornal Estado de Minas

REABERTURA

COVID-19: BH amplia abertura do comércio e inclui 92% dos empregos

Belo Horizonte dará um novo passo no processo de reabertura do comércio na próxima segunda-feira (8). A prefeitura, com base em orientações do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19, decidiu liberar o funcionamento de mais tipos de estabelecimento na capital a partir da semana que vem.



Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (5), o secretário municipal de saúde, Jackson Machado Pinto, disse que esta etapa do processo de reabertura do comércio (Fase 2) fará com que 92% dos empregos de Belo Horizonte estejam ativos.

Segundo a prefeitura, essa fase contempla 5.323 empresas e 8.137 microempreendedores individuais (MEIs). Essas atividades representam cerca de 15 mil empregos formais no município. Com a inclusão desses estabelecimentos na flexibilização, somada aos que já estavam em funcionamento nas fases 1 e de controle, cerca de 89,6% das atividades privadas em Belo Horizonte estarão autorizadas a funcionar, representando a retomada de 91,9% dos empregos.

A partir da próxima segunda-feira, poderão funcionar os seguintes tipos de estabelecimento:
 
  • Artigos usados (desde que já permitidos pela prefeitura) 
  • Artigos esportivos, de camping e afins
  • Calçados
  • Artigos de viagem
  • Artigos de joalheria
  • Souvenires, bijuterias e artesanatos
  • Plantas, flores e artigos para animais (exceto comércio de animais vivos)
  • Bebidas (sem consumo no local)
  • Instrumentos musicais e acessórios
  • Objetos de arte e decoração
  • Tabacaria, armamentos, lubrificantes

O comércio varejista das cadeias citadas acima poderão funcionar entre 11h e 19h. O atacadista, das 5h às 17h.



Atualmente, podem abrir as portas apenas serviços considerados essenciais e os setores reabertos em 25 de maio, quando se iniciou a reabertura do comércio em BH. Na ocasião, voltaram a funcionar salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas.

Apesar da ampliação do processo de reabertura, o secretário de saúde insistiu que é necessário manter os cuidados e seguir as regras de isolamento e distanciamento social.

“Flexibilizar significa, sim, uma exposição maior ao vírus. É importante que as pessoas continuem sem sair, a não ser para o essencial. É importante que as pessoas usem máscara. É importante que as pessoas higienizem as mãos com água e sabão ou com álcool gel”, afirmou.

“Sair, agora, é compra programada. Se eu preciso de um sapato, vou lá e compro um sapato. Não vou sair passeando, olhando camisa ou outras coisas”, disse.

Segundo boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), Belo Horizonte registra 2.305 casos de coronavírus. Desses, 58 evoluíram para óbitos.





São 539 casos e dez mortes a mais do que na última sexta-feira (29), quando a prefeitura vetou a ampliação no processo de reabertura do comércio.

Justificativas


Para analisar o processo de reabertura do comércio, o Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19 de BH leva em consideração três variáveis para detectar a expansão da doença: número médio de transmissão por infectado (quantos novos casos de infecção se originam, em média, a partir de uma pessoa que já está infectada), ocupação de leitos UTI e ocupação de leitos de enfermaria.

Cada parâmetro desses é classificado por meio de cores: verde (menor risco), amarelo (intermediário) e vermelho (alerta máximo). Atualmente, os índices são os seguintes:
 
  • Taxa de transmissão (Rt): 1,07 (cor amarela)
  • Ocupação de UTIs: 64% (cor amarela)
  • Ocupação de leitos de enfermaria: 45% (cor verde)
 
Ao justificar a liberação do funcionamento de novos tipos de estabelecimento, o secretário de saúde mencionou os indicadores epidemiológicos da COVID-19 em Belo Horizonte e a estrutura hospitalar da capital.  

"O Rt (taxa de transmissão) foi de 1,07 (esta semana). Está muito abaixo da semana passada, que era 1,24", disse. "Nós temos uma possibilidade de expansão dos leitos de UTI em breve. Caso essa expansão seja realmente necessária, se a gente mantiver o mesmo número de pessoas internadas hoje, essa taxa de ocupação passa a ser de 41%. Então, a gente tem uma folga bastante tranquila para proceder alguma liberação das atividades comerciais, mas seguindo os mesmos critérios que usamos das outras vezes, procurando ter o máximo de cautela, para evitar que aconteça uma sobrecarga no sistema de saúde", completou.



Fases de reabertura

 
A prefeitura distinguiu os possíveis níveis de abertura do comércio em seis etapas. As quatro últimas se referem a cenários em que o estabelecimentos considerados não essenciais podem funcionar:

 

  • Lockdown: nível máximo de fechamento, cogitado caso haja piora expressiva nos indicadores epidemiológicos de BH;
  • Fase 0: cenário atual, implementado em 18 de março, em que apenas comércios essenciais podiam funcionar;
  • Fase 1: cenário implementado em 25 de maio, com reabertura de salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas;
  • Fase 2: cenário que se iniciará na próxima segunda-feira (8);
  • Fase 3: cenário com maior abertura que a etapa anterior. Será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis;
  • Fase 4: cenário de reabertura máxima do comércio, que só será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis.

CDL comemora

O presidente da Câmara dos Dirigentes Logistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva, comemorou a reabertura de outros setores da economia: "Hoje nós tivemos duas notícias positivas. Uma é o avanço que estamos fazendo. Demos um passo nem tão grande como esperávamos, mas um passo para a frente. Além disso, os nossos índice da doença estão em patamares bem razoáveis em Belo Horizonte. Temos que agradecer à população de Belo Horizonte e também aos comerciantes que estão abertos, pois todos estão fazendo seu papel. Precisamos que todos continuem fazendo essa mobilização e continue com esse planejamento de abertura dos outros setores".

 

Na semana passada, quando o prefeito Alexandre Kalil optou por manter várias atividades fechadas, ele teceu muitas críticas à decisão: "É mais barato construir leitos de hospital do que manter a economia toda sem funcionar".


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