O voluntário L.P.R.L, de 32 anos, é o primeiro doador de plasma que vai servir de estudo de pesquisadores da Fundação Hemominas para ajudar na recuperação de pacientes com o novo coronavírus. Ele compareceu ao Hemocentro da capital na tarde desta sexta-feira para realizar a coleta pelo método de aférese, no qual é retirado somente o plasma do sangue.
Segundo o Hemominas, o doador já havia feito uma visita ao local na quarta-feira (3), na qual passou por triagem médica e fez alguns exames para confirmar se estava dentro de todos os critérios para o estudo.
A partir da próxima semana, é possível que o plasma esteja disponível para ser usado em pacientes em recuperação.
A partir da próxima semana, é possível que o plasma esteja disponível para ser usado em pacientes em recuperação.
A pesquisa prevê que os anticorpos do componente sanguíneo sejam retirados para ser aplicados em pacientes contaminados, o que pode auxiliar no combate à transmissão.
O Hemominas está em campanha intensa para recrutar doadores para a retirada dos plasmas.
O Hemominas está em campanha intensa para recrutar doadores para a retirada dos plasmas.
A fundação obteve, no mês passado, a aprovação do Conselho de Ética em Pesquisa (Conep) para desenvolver pesquisa sobre plasma sanguíneo de pessoas que se curaram da infecção.
Inicialmente, serão escolhidos 60 doadores para a fase inicial de testes. O projeto de estudo é realizado pelo órgão em parceria com a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), por meio do Hospital Eduardo de Menezes e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Inicialmente, serão escolhidos 60 doadores para a fase inicial de testes. O projeto de estudo é realizado pelo órgão em parceria com a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), por meio do Hospital Eduardo de Menezes e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A presidente da Hemominas, a médica hematologista Júnia Cioffi, entende que este tipo de pesquisa tem apresentado resultados satisfatórios, sendo usado em outros surtos de doenças infecciosas, como em pacientes infectados por SARS, MERS, H1N1 e Ebola. “Para obter o plasma necessário para o estudo é preciso que aqueles que já se curaram da infecção e foram liberados do isolamento obrigatório estejam dispostos a participar do processo e ceder o sangue”, diz a médica.
Apesar de ainda não haver comprovação científica de que o tratamento é efetivo ao coronavírus, instituições de diferentes estados intensificam os estudos na medida em que resultados preliminares são positivos. A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade de Brasília (UnB) são algumas das instituições engajadas na pesquisa.
Quem pode doar
O Hemoninas exige uma série de critérios para a doação de plasma, como pertencer ao sexo masculino; ter entre 18 e 60 anos; ter resultado de PCR positivo para SARS-Cov-2 (novo coronavírus); não apresentar sintomas da doença há, pelo menos, 14 dias; ter sido liberado do isolamento obrigatório pelo médico e estar apto, segundo os demais critérios de doação regular de sangue.
O coordenador da pesquisa, Marcelo Foes, explica o motivo pelo qual as mulheres, inicialmente, não poderão doar plasma:“Elas são consideradas grupo de risco, já que, caso tenham estado grávidas, podem ter desenvolvido anticorpos que causam reações pulmonares graves em pacientes com o novo coronavírus”.