Médicos e médicas mineiros vão fazer um ato pela vida, no próximo domingo (7), às 10h, na Praça da Estação, em Belo Horizonte. O ato simbólico está sendo organizado pela Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia e a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, e conta com o apoio do Coletivo Alvorada. Entre os manifestantes, estarão profissionais da linha de frente de diversos serviços de saúde públicos e privados de BH, professores universitários e lideranças da categoria.
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COVID-19: 201 cidades de Minas estão em regiões sem UTIs disponíveisFhemig seleciona médicos para combate ao coronavírus em Juiz de Fora Médicos ficam sem trabalho em plena pandemia no paísMinas vai repetir testes da COVID-19 em médicos do Hospital Risoleta NevesSaúde de MG alega que benefício aos médicos foi para evitar demissõesSegundo Vera Prates, psiquiatra da Prefeitura de Belo Horizonte e uma das organizadoras do evento, o ato é simbólico e visa alertar para a situação de calamidade pública que o Brasil está vivendo em razão da pandemia do novo coronavírus. “Acho que a gente, como médico, tem de fazer essa denúncia. É um ato para marcar a nossa posição diante dessa situação”, afirma Prates.
Além disso, a manifestação luta pela democracia no Brasil. “Também somos Fora Bolsonaro. A gente entende que ele não está ajudando, está mais atrapalhando”, completa a psiquiatra.
A médica explica que será uma ação simbólica. “Não será uma passeata, já que essa forma de manifestação pode aumentar as chances de contágio por facilitar aglomerações. Nosso ato terá todos os cuidados recomendados pela Organização Mundial da Saúde, como máscara, distanciamento de dois metros, e vamos evitar aglomerações”, explica.
Além disso, Vera conta que o ato vai contar com faixas para marcar a posição dos médicos na pandemia e cruzes serão utilizadas para homenagear os profissionais da área da saúde que morreram por COVID-19 no Brasil.
A manifestação pede, principalmente, melhoria nas condições de trabalho dos profissionais da saúde. Até o último dia 3, 128 médicos morreram vítimas da doença em todo o Brasil, segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo. No total, 157 mortes de enfermeiros por COVID-19 foram registradas no páis, segundo o COFEN (Conselho Federal de Enfermagem).
“As condições de trabalho dos profissionais da saúde estão precárias, com jornadas extenuantes e falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O resultado dessa política é que muitos profissionais de saúde já adoeceram e morreram”, afirma a organização.
Confira a pauta do ato:
- Defesa do SUS
- Homenagem aos 128 médicos brasileiros, bem como aos demais profissionais de saúde, que morreram pela COVID-19, trabalhando na linha de frente para salvar vidas
- Cobrança de medidas efetivas das autoridades para que sejam evitadas mortes dos trabalhadores da saúde
- Cobrança de EPIs e testes diagnósticos suficientes
- Por uma política nacional efetiva e humanizada de enfrentamento à COVID-19, incluindo o apoio financeiro para o máximo de pessoas mais pobres poderem permanecer em isolamento social
- Pela revogação da Emenda Constitucional 95, que congelou os gastos com saúde, educação e serviços sociais por 20 anos
- Em defesa da Democracia
- Fora Bolsonaro