Belo Horizonte anunciou nesta sexta-feira (5) mais uma reabertura do comércio, desta vez englobando 92% dos empregos ativos, segundo números do secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto. A decisão da prefeitura aconteceu um dia depois de a cidade registrar suas maiores taxas de ocupação dos leitos de UTI e enfermaria dedicados à COVID-19 desde o início da pandemia.
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Coronavírus: Hospital da Baleia inaugura nova ala com 34 leitosSecretário de Saúde detalha situação de leitos em MG e volta a defender isolamento socialFhemig planeja chegar a 434 leitos de CTI exclusivos para coronavírusOcupação de leitos dispara em BH e alcança zona vermelha pela primeira vez na pandemiaJustiça veta reabertura de shoppings em Contagem, na Grande BHPara efeito de comparação, quando a prefeitura anunciou a primeira flexibilização, em 22 de maio, a cidade tinha 40% dos seus leitos de UTI ocupados: houve um crescimento de 14 pontos percentuais desde então.
Apesar de o crescimento preocupar, o secretário de Saúde, Jackson Machado Pinto, garantiu na coletiva desta sexta que a cidade trabalha para aumentar a oferta de leitos de UTI. Segundo ele, caso haja essa melhoria, a taxa de ocupação cairia para 41% na cidade.
“Temos uma possibilidade de expansão dos leitos de UTI breve. Caso essa expansão seja realmente necessária, se a gente mantiver o mesmo número de pessoas internadas hoje em CTI, essa taxa de ocupação passa a ser de 41%. Então, a gente tem uma folga bastante tranquila pra gente poder proceder alguma liberação das atividades comerciais”, explicou Machado Pinto.
“Todo mundo se lembra que nós trabalhamos para evitar que a curva de casos ultrapasse a curva de oferta de serviços de saúde”, completou.
Leitos de enfermaria
Recorde também na ocupação dos leitos de enfermaria voltados aos pacientes menos graves infectados pelo novo coronavírus. Na quinta, 49% deles estavam ocupados, um ponto percentual a mais que o índice de quarta.
O aumento na ocupação é substancial em relação à flexibilização do dia 22 de maio. Àquela altura, o indicador apontava para 37% de uso das unidades em BH.
“Tranquilidade”
Apesar dos recordes negativos, o fato dos dois índices se manterem fora da chamada “faixa vermelha” dá “certa tranquilidade” ao secretário de Saúde de BH.
Isso porque a ocupação de leitos na cidade só se torna crítica quando a taxa ultrapassa os 70%. Entre 0% e 49%, caso da atual situação das unidades de enfermaria, a classificação é a verde; entre 50% e 69%, passa a ser amarela (quadro atual dos leitos de UTI).
Outro índice determinante para a reabertura do comércio é o número médio de transmissão do vírus por paciente infectado, atualmente em 1,07 em BH (estágio amarelo). Se esse índice superar a marca de 1,2, a situação passa a ser mais grave, na cor vermelha.
“Isso nos dá uma certa tranquilidade para promover alguma alteração”, disse Jackson Machado Pinto instantes antes de anunciar quais setores do comércio poderão funcionar a partir de segunda (8).
Relembre os setores na lista abaixo:
- Artigos usados
- Artigos esportivos de camping e afins
- Calçados
- Artigos de viagem
- Artigos de joalheria
- Souvenirs, bijuterias e artesanatos
- Plantas, flores e artigos para animais (exceto comério de animais vivos)
- Bebidas (sem consumo no local)
- Objetos de arte e decoração
- Instrumentos musicais e acessórios
- Tabacaria, armamentos e lubrificantes