Apoio e afeto, essas são as palavras que norteiam o Coletivo Mulheres da Quebrada, que atua no Aglomerado da Serra, na região Centro-sul de Belo Horizonte, e que iniciou uma campanha para arrecadar verbas para comprar e distribuir, durante a pandemia, 500 cestas básicas e 500 kits de higiene para mulheres - e suas famílias - que estão em situação de vulnerabilidade social.
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Desde 2019, o coletivo reúne cerca de 100 mulheres de todas as sete vilas do Aglomerado da Serra. Elas se reuniam para discutir questões da vivência nas comunidades, além de assuntos como a violência doméstica e a falta de trabalho e renda. Com a pandemia, o grupo que é composto majoritariamente por empregadas domésticas — que tiveram sua renda drasticamente reduzida devido à crise do novo coronavírus — sofreu o agravamento desses problemas e, a demanda por alimentos passou a ser uma das principais reivindicações dentro do grupo de whatsapp coordenado pelo coletivo, como conta uma das idealizadoras do grupo, a produtora cultural Simone Silva, de 40 anos.
“Elas começaram a comentar (no grupo) as dificuldades que foram surgindo. Uma não tinha alimento, estava sem trabalho, sem gás. Isso nos mobilizou e conseguimos ajudar. A partir daí, nós criamos a campanha”, relembra.
Na última sexta-feira (5), uma ação do coletivo distribuiu 30 cestas básicas, kits higiene, além de roupas e sapatos para moradoras do aglomerado. "Durante a entrega, eu recebi uma pessoa chorando porque não tinha nada em casa para comer. As pessoas estão nos vendo como um respiro para conseguir sanar essas questões. O que nós queremos é ajudar a nossa comunidade. São pessoas que já nos conhecem e isso tem sido um facilitador que nos permite acompanhar caso a caso", explica Simone.
Além disso, na ocasião, o coletivo também auxiliou mulheres na consulta e no cadastramento em programas de benefícios do governo, já que a falta de acesso à internet tem sido um problema para o recebimento desses auxílios.
Outra preocupação do coletivo tem sido com a saúde mental das moradoras durante a pandemia, por este motivo, o coletivo está oferecendo apoio psicológico e web encontros com as famílias. Além disso,elas lançaram também, uma campanha que conta com uma série de vídeos de conteúdos artísticos, sociais,informativos e de saúde.
“Eu falo muito que dentro do nosso coletivo a gente tem como bandeira o cuidado, o afeto e o ser mulher no nosso território. Infelizmente, nós não estamos conseguindo abranger o número de famílias que a gente gostaria e, por isso, a gente quer que mais gente conheça o trabalho. Que mais gente levante essa bandeira e ajude essas famílias com o que puder”.
Até o momento o grupo arrecadou R$ 1.567. A campanha está sendo realizada através de financiamento coletivo e, as doações podem ser realizadas neste site até o dia 16 de julho.
* Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa