O Dia Nacional da Imunização é comemorado nesta terça-feira. Diante do atual cenário de pandemia — ainda sem a tão aguardada vacina que protege contra o novo coronavírus — a data serve como um lembrete para que a população mantenha a vacinação de rotina em dia, para evitar o surto de doenças já controladas no país.
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COVID-19: cartórios registram 61% mais mortes que o governo de MinasCom mais rigor, barreiras sanitárias de Viçosa entram em nova faseCampanha contra a poliomielite e multivacinação será neste sábado (17)Isolamento social adiou pico projetado para esta terça (9) em MinasAssintomáticos: governo de Minas mantém orientação de isolamento social BH tem primeiro ponto de ônibus com equipamento de distribuição de álcool em gelExemplo disso foi o avanço de casos no Brasil, de uma doença considerada controlada no país, o sarampo. Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Mas um recuo nas taxas de imunização da população reabriu as portas para a enfermidade e o país perdeu o título no ínicio do ano passado. A pediatra, Bárbara Furtado, destaca a importância da vacinação, mesmo nesse momento de isolamento social.
“Com a pandemia da Covid-19, estamos acompanhando novamente uma queda na vacinação e isso é preocupante. A imunização de rotina é considerada um serviço essencial e deve ser mantida, seguindo os protocolos de segurança, de distanciamento social e de higiene. Se abandonarmos a vacinação nesse período, as consequências podem ser surtos de doenças imunopreveníveis, aumento de morbidade e mortalidade e um crescimento da demanda nos hospitais”, alerta.
Imunização pediátrica
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o não comparecimento de crianças aos postos e clínicas de vacinação para atualização da caderneta de vacinação, pode impactar nas coberturas vacinais e colocar a saúde de todos em risco.
“Apesar de tudo que estamos vivendo hoje, nossas atividades diárias e o contato social em algum momento voltarão a existir. As crianças vão voltar a frequentar creches e escolas, e voltarão a ter contato com outras pessoas e crianças no dia-a-dia. Elas têm um maior risco de contrair doenças imunopreveníveis e, para que não fiquem desnecessariamente vulneráveis, e não tenhamos um aumento de casos e ressurgimento de doenças graves, precisamos que a imunização das crianças seja mantida. É preciso que os pais se conscientizem e mantenham todas as doses em dia, incluindo as doses de reforço vacinal”, conta Dra. Bárbara.
O Ministério da Saúde orienta a vacinação das crianças de acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e todas as vacinas recomendadas no PNI estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Imunização de adolescentes e adultos
Um ponto preocupante é que os adolescentes e adultos são os principais portadores da bactéria causadora da meningite meningocócica e podem transmití-la para outras pessoas através da saliva e partículas respiratórias, sem necessariamente desenvolver a doença.
“A vacinação pode desempenhar um papel crucial na manutenção da saúde dos adultos. Muitas pessoas acham que a imunização só é essencial quando criança, mas a vacinação ao longo da vida traz muitos benefícios que se acumulam para a saúde geral e a expectativa de vida. É importante que todos entendam que a vacinação é uma ferramenta essencial para melhorar o envelhecimento saudável e evitar a propagação de doenças”, conta Dra. Bárbara.