(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas DIETILENOGLICOL

'A minha mãe não volta', diz filha de vítima da cervejaria Backer

Após saber que vazamento de substância tóxica ocorria desde 2018, familiar disse que a 'tragédia foi pequena'


postado em 09/06/2020 15:11 / atualizado em 09/06/2020 15:32

Cristiane Assis perdeu a mãe, Maria Augusta de Campos Cordeiro, que morreu em 28 de dezembro, em Pompéu(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)
Cristiane Assis perdeu a mãe, Maria Augusta de Campos Cordeiro, que morreu em 28 de dezembro, em Pompéu (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)

Após a conclusão do inquérito que indiciou 11 pessoas por lesão corporal, homicídio e intoxicação no caso de contaminação das cervejas da Backerfamiliares e vítimas reclamam de desamparo e cobram justiça. Uma das familiares compareceu à delegacia na manhã desta terça-feira e elogiou o trabalho da Polícia Civil e exigiu auxílio financeiro da cervejaria.

“Achei a investigação muito bem amarrada. O que a gente esperava era isso. Nós familiares já sabíamos disso, porém a gente precisava dessa chancela da Polícia Civil”, comentou Cristiane Assis, que perdeu a mãe. Maria Augusta de Campos Cordeiro morreu em 28 de dezembro em Pompéu. “Antes já estava comprovada a responsabilidade da Backer, agora foi comprovada a culpabilidade. Agora o que esperamos é que a justiça seja feita.”

Cristiane lamenta a perda da mãe e diz que representa também outras famílias de vítimas que morreram e outras que permanecem internadas. “A minha mãe não volta, outras seis pessoas que vieram a óbito não voltarão, mas nós precisamos de custos emergenciais. Precisamos que a Backer assuma agora, definitivamente, a postura dela”, disse a familiar. “Sem mais delongas e deméritos, eles têm dinheiro, têm como custear e dar esse auxílio emergencial que as famílias precisam.”

O inquérito da Polícia Civil concluiu que havia vazamento de substâncias tóxicas na cerveja desde 2018. Cristiane disse que recebeu essa notícia como “assustadora”. “Essa que é a palavra. Uma completa falta de processo de qualidade, decência, disciplina”, afirma.

Segundo a filha de Maria Augusta, a Backer chegou a dizer às vítimas em vários momentos que faziam testes e consumiam as amostras. Segundo Cristiane, isso dá a entender que as pessoas que falaram que consumiam nem chegavam a comparecer à fábrica.

“Uma falta de senso, comprometimento e responsabilidade com a sociedade. Pelo que foi mostrado hoje, podemos afirmar que a tragédia foi pequena. Poderia ter atingido um público ainda maior”, acredita Cristiane. “Infelizmente perdemos os nossos parentes e tem outras ainda muito graves. As sequelas são irreversíveis. Não é uma coisa que eu estou dizendo. É uma coisa que os médicos estão dizendo.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)