Após a conclusão do inquérito que indiciou 11 pessoas por lesão corporal, homicídio e intoxicação no caso de contaminação das cervejas da Backer, familiares e vítimas reclamam de desamparo e cobram justiça. Uma das familiares compareceu à delegacia na manhã desta terça-feira e elogiou o trabalho da Polícia Civil e exigiu auxílio financeiro da cervejaria.
Leia Mais
Saiba por que mais pessoas se intoxicaram com cerveja no BuritisEm nota, familiares e vítimas da Backer falam sobre desamparo e cobram justiça'Não dão valor à vida humana', diz vítima da Backer que deixou de receber custeiosBacker deixa de pagar única vítima que tinha tratamento custeado''Conclusão do inquérito não condiz com as provas da própria polícia'', diz advogado da BackerIntoxicação dolosa: sócios da Backer se livram da acusação de sete homicídios Caso Backer: 'Tinham que ser todos presos', diz vítima sobre investigaçãoCaso Backer: saiba como a polícia detectou causa de contaminação de cervejaCristiane lamenta a perda da mãe e diz que representa também outras famílias de vítimas que morreram e outras que permanecem internadas. “A minha mãe não volta, outras seis pessoas que vieram a óbito não voltarão, mas nós precisamos de custos emergenciais. Precisamos que a Backer assuma agora, definitivamente, a postura dela”, disse a familiar. “Sem mais delongas e deméritos, eles têm dinheiro, têm como custear e dar esse auxílio emergencial que as famílias precisam.”
O inquérito da Polícia Civil concluiu que havia vazamento de substâncias tóxicas na cerveja desde 2018. Cristiane disse que recebeu essa notícia como “assustadora”. “Essa que é a palavra. Uma completa falta de processo de qualidade, decência, disciplina”, afirma.
Segundo a filha de Maria Augusta, a Backer chegou a dizer às vítimas em vários momentos que faziam testes e consumiam as amostras. Segundo Cristiane, isso dá a entender que as pessoas que falaram que consumiam nem chegavam a comparecer à fábrica.
“Uma falta de senso, comprometimento e responsabilidade com a sociedade. Pelo que foi mostrado hoje, podemos afirmar que a tragédia foi pequena. Poderia ter atingido um público ainda maior”, acredita Cristiane. “Infelizmente perdemos os nossos parentes e tem outras ainda muito graves. As sequelas são irreversíveis. Não é uma coisa que eu estou dizendo. É uma coisa que os médicos estão dizendo.”