Com a pandemia do novo coronavírus, os dentistas e pacientes ficaram mais expostos ao COVID-19, visto que a disseminação do vírus ocorre também pela saliva. Entretanto, por ser um serviço essencial, o trabalho odontológico não pode parar. Pensando nisso, o dentista mineiro Luís Gustavo de Medeiros Veiga criou um dispositivo que procura manter a segurança do profissional e do paciente.
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Segundo o dentista, o Prevent Chamber é um “dispositivo que promove significativa redução da contaminação ambiental por meio da contenção, em seu interior, de gases, secreções e aerossóis advindos do paciente e dos instrumentos de trabalho dos profissionais”. Depois do uso, o material é descartado, conforme as recomendações dos conselhos federal e regional de odontologia e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além de aumentar a segurança do paciente e do profissional, Luiz explica que o produto gera uma economia ao dentista e à clínica odontológica. “O equipamento confina os aerossóis dentro da câmara, com isso a necessidade de substituição, a cada atendimento, dos diversos outros meios de proteção será bastante reduzida”, explica.
Madeiros completa que, ao investir no equipamento, o dentista pode estabelecer um protocolo de segurança ambiental muito mais eficiente em relação aos meios tradicionais, e com uma relação de custo-benefício muito satisfatória. "Conforme as recomendações do Conselho Federal de Odontologia (CFO), que considera as medidas tradicionais de biossegurança, o dentista precisa descartar e substituir máscara, gorro, campo com janela e avental após cada atendimento", completa.
Para a desenvolver o equipamento, Luiz transformou sua clínica, localizada no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em uma “pequena fábrica”. O dentista conta que dezenas de protótipos foram feitos até chegar à versão final, mais segura e prática para os atendimentos.
Além do Prevent Chamber, o equipamento conta ainda com outras duas invenções do dentista: um sistema integrado de exaustão e filtragem, através de filtro com renovação do ar interno da câmara, e um par de "mangas de avental" avulso, a ser descartado juntamente com as luvas. Segundo Luís Gustavo, o sistema de exaustão remove o ar potencialmente contaminado da câmara e utiliza um filtro absoluto Hepa (High Efficiency Particulate Arrestance), que retém todos os microorganismos, incluindo os vírus, e impede que sejam expelidos na atmosfera.
Segundo Luiz, já são 500 unidades do produto montadas disponíveis para distribuição. O dentista já registrou as patentes no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). “Isso é só o começo”, conta Luiz, que está em fase de registrar as criações nos Estados Unidos e China.
Para complementar a distribuição do equipamento, um grupo de engenheiros da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) se incorporou ao projeto, e a entidade está criando condições para produzir a Prevent Chamber em escala industrial. A Fiemg trabalha também para que a Anvisa inclua o dispositivo odontológico no rol de produtos essenciais.
Para divulgar o produto, Luiz fez uma lista com os benefícios do equipamento. Confira:
- Tem amplo visor transparente, evitando a sensação de claustrofobia;
- Permite trabalho a duas ou a quatro mãos;
- Tem espaço interno adequado a todos os procedimentos odontológicos;
- Permite trabalho de destros e canhotos;
- Tem peso reduzido e não é desconfortável para o paciente;
- É muito simples de instalar na cadeira/cama de atendimento;
- É feito com materiais flexíveis e impermeáveis;
- Tem sistema integrado de exaustão e renovação do ar interno;
- Possui alta performance no isolamento de microorganismos;