No dia em que chegou ao total de 2.549 infectados e 62 mortes por coronavírus, Belo Horizonte apresenta um dado preocupante em relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Segundo estatísticas da Secretaria Municipal de Saúde, 10,3% dos 3.810 casos em Belo Horizonte foram registrados em crianças de 0 a 9 anos. Nos primeiros meses de 2020, foram 393 notificados com a doença. E duas delas foram diagnosticadas com SRAG e COVID-19.
Desde o início da pandemia do coronavírus, é a primeira vez que a prefeitura de Belo Horizonte divulga o percentual de casos de SRAG por faixa etária. De acordo com o boletim, o maior índice da doença foi registrado em pessoas acima dos 60 anos, totalizando 1.997 casos, o que corresponde a 52,41% do total. Outros 849 foram registrados na faixa etária de 40 a 59 anos (22,2%).
A Secretaria Municipal de Saúde aponta ainda que 507 indivíduos entre 20 a 39 anos (13,3%) tiveram SRAG, enquanto 0,016 dos casos ocorreram dos 10 a 19.
Em relação ao percentual de pessoas que contraíram síndrome respiratória e COVID-19, o maior índice aparece em maiores de 60 – são 195 casos, 52,1% do total. De acordo com os números, 135 pessoas (36%) de 40 a 59 anos tiveram SRAG confirmados para coronavírus. E 42 (11,2%) pertencem à faixa etária de 20 a 39. A prefeitura de Belo Horizonte não registrou caso na faixa de 10 a 19.
Por região
A Secretaria apontou ainda óbitos por região que tiveram Síndrome Respiratória Grave e COVID-19. As regiões Leste e Nordeste são as que tiveram mais mortes, 11, cada. Oeste e Centro-Sul contabilizaram 7, enquanto Pampulha e Norte tiveram 5. Duas das regiões mais populosas da cidade são as que menos registram óbitos pelas duas doenças: Venda Nova (4) e Barreiro (3).
Testagem rápida
A testagem rápida é a forma mais confiável de diferenciar os infectados por COVID-19 e aqueles que apresentam síndrome respiratória. Desde o mês passado, a prefeitura de Belo Horizonte tem feito testes primeiramente nos profissionais de saúde. Em seguida, serão testados os trabalhadores de transporte público e do comércio essencial. A expectativa é de que 75 mil pessoas sejam testadas nessa primeira fase.
“Com os resultados, vamos conseguir verificar como está a circulação do vírus e a imunidade desses segmentos da população, que exercem atividades essenciais. Nossa expectativa é testar 30 mil habitantes por milhão, o dobro do que foi realizado na Coreia do Sul”, explica o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto. Até esta terça-feira, a PBH havia testado 2.285 servidores de saúde, com 149 diagnósticos positivos, 2.040 negativos e 96 sob investigação.