Jornal Estado de Minas

Corpus Christi

Coronavírus: governo de Minas teme explosão de casos no feriadão

 

 

O feriado prolongado de Corpus Christi é razão de preocupação das autoridades de saúde em Minas, no momento em que os casos confirmados do coronavírus ultrapassam 17 mil, com 409 óbitos. As ações de acompanhamento da expansão do COVID-19 indicam a interiorização da contaminação. Em coletiva nesta tarde, o secretário estadual de Saúde Carlos Eduardo Amaral apelou aos mineiros para que evitem viajar e mantenham as restrições a aglomerações. Segundo o secretário, no Dia das Mães (9 de maio) houve aumento de circulação de veículos nas cidades e estradas, repercutindo posteriormente no crescimento da curva de  pessoas contaminadas.


 
"Neste momento de aceleração, um mês (junho) com projeções do pico da curva, não podemos flexibilizar e correr risco de explosão de casos", ressaltou Carlos Amaral. O secretário apelou à população para que utilize o aplicativo digital de telemedicina, no site da secretaria www.saude.mg.gov.br. Ele pode ser baixado no sistema android, onde as pessoas têm acesso a avaliação, via inteligência artificial. Uma vez avaliados os sintomas, caso necessário, o aplicativo permite agendamento de consulta com profissionais de saúde.
 
Sobre a informação de que cinco das 14 macrorregiões da saúde em Minas apresentaram saturação na ocupaçãos dos leitos de UTI, Amaral disse que as equipes da secretaria fazem acompanhamento diário através do SUS Fácil. Quando há superlotação desses leitos de terapia intensiva, "é disparado um sinal para avaliar o que está ocorrendo. Se isso se refere a restrição assistencial. Os agentes se mobilizam para ações de ampliação e correção de possíveis desvios, baseando-se nos planos de contingência macrorregionais".
 
A Secretaria de Saúde de Minas solicitou ao Ministério da Saúde o credenciamento de mais 300 leitos, que, segundo o secretário, permitirá ampliação de leitos efetivos. "Além disso, solicitamos também ao ministério o envio de ventiladores."



Boletim Epidemiológico divulgado na manhã de hoje indicou 17.501 casos do coronavírus em Minas, sendo 9.276 em acompanhamento, 7.816 recuperados e 409 óbitos. Do total de 1.528 óbitos notificados por suspeita do COVID-19, 198 encontram-se em investigação e 921 foram descartados.
 
Em aldeias indígenas, em território mineiro, nenhum caso foi confirmado até o momento. "São comunidades onde há atenção redobrada devido à vulnerabilidade desses povos." O secretário informou que entre 32 casos suspeitos que passaram por avaliação clínica, 11 foram testados e todos os resultados deram negativo.
 
O índice de contaminação de outras pessoas por um indívidulo contaminado (R0), segundo a última avaliação, em 4 de junho, Minas apresenta, 1,27. Amaral disse que é feita uma consolidação semanal que permite mostrar a evolução desse índice e fazer projeções como capacidade instalada, casos previstos e necessidade de leitos clínicos.
 
O secretário-adjunto Marcelo Cabral reafirmou a autonomia dos municípios em relação às barreiras sanitárias e que o comitê extrarodinário de combate ao coronavírus emitiu nota técnica orientando os sobre competências e procedimentos previstos nas legislações estadual e federal. "As barreiras sanitárias seguem a resolução da diretoria colegiada no que se refere a rodovias interestaduais e intermunicipais."