"Existe um planejamento de reestruturação econômica e a empresa pretende retomar as atividades com força total, com a qualidade, primando por todo o processo para continuar sendo essa referência de cervejaria no país". Foi o que disse a advogada da Backer Isabella Nejm, na tarde desta quarta-feira (10).
"O fechamento da Backer não prejudica só a empresa, prejudica especialmente o cumprimento das despesas emergenciais e das indenizações pertinentes", sustenta Drummond.
A defesa explica que a Backer ainda não tem data para esse reinício das atividades, pois depende das autorizações de autoridades competentes. "Ainda faltam algumas autorizações, mas já está em via de acontecer. Se já pudesse ter acontecido, nós já teríamos retomado imediatamente as operações", conclui.
Ainda segundo os advogados, dez indiciados que são colaboradores vão continuar trabalhando após a retomada da empresa.
A Polícia Civil de Minas Gerais constatou que um vazamento em um tanque provocou a contaminação das cervejas por mono e dietilenoglicol, substâncias tóxicas usadas no resfriamento do produto, contrariando as instruções do próprio fabricante do equipamento.
Ao longo dos cinco meses de investigações, o número de vítimas registradas no inquérito chegou a 42, mas 13 foram retiradas da lista – três por se recusarem a fazer exames e 10 por fatores médicos ou de inconsistência na apuração para ligá-las ao caso –, explicou ontem, já no início da entrevista, o delegado Flávio Grossi. Assim, a Polícia Civil trabalha com 29 vítimas, sete das quais morreram. Além disso, ainda há denúncias envolvendo 30 supostas vítimas em análise.
A Polícia Civil não divulgou os nomes dos indiciados. Isso porque, segundo a assessoria de imprensa da corporação, configura abuso de autoridade.
Entretanto, a polícia informou tratar-se de uma testemunha que mentiu; o chefe da manutenção, por omissão; seis responsáveis técnicos, por homicídio culposo, lesão corporal culposa e por agirem com culpa na contaminação; e, por fim, três gestores da Backer indiciados por atos na pós-produção.
Ainda segundo o delegado, não é possível responsabilizar os proprietários da cervejaria pela falha na solda do tanque, mas o ponto é o uso do dietileno ou monoetilenoglicol na produção. Flávio Grossi afirma que foram identificadas duas modalidades da culpa: negligência e imperícia. “Esse vazamento ocorreu porque havia um furo no tanque no alinhamento da solda. A questão a se destacar não é a ocorrência do vazamento, mas o uso de uma substância tóxica (em linha de produção) destinada à alimentação. Ela não poderia ocorrer”, enfatiza.
Após receber o relatório do inquérito policial que indiciou 11 pessoas por lesão corporal, homicídio e intoxicação no caso de contaminação de cervejas da marca mineira Backer, os advogados da cervejaria concederam entrevista coletiva à imprensa na sede da empresa, no Bairro Olhos D'Água, na Região Oeste de BH.
"O fechamento da Backer não prejudica só a empresa, prejudica especialmente o cumprimento das despesas emergenciais e das indenizações pertinentes", sustenta Drummond.
A defesa explica que a Backer ainda não tem data para esse reinício das atividades, pois depende das autorizações de autoridades competentes. "Ainda faltam algumas autorizações, mas já está em via de acontecer. Se já pudesse ter acontecido, nós já teríamos retomado imediatamente as operações", conclui.
Ainda segundo os advogados, dez indiciados que são colaboradores vão continuar trabalhando após a retomada da empresa.
Assista à coletiva da Polícia Civil na íntegra
O indiciamento
A Polícia Civil de Minas Gerais constatou que um vazamento em um tanque provocou a contaminação das cervejas por mono e dietilenoglicol, substâncias tóxicas usadas no resfriamento do produto, contrariando as instruções do próprio fabricante do equipamento.
Ao longo dos cinco meses de investigações, o número de vítimas registradas no inquérito chegou a 42, mas 13 foram retiradas da lista – três por se recusarem a fazer exames e 10 por fatores médicos ou de inconsistência na apuração para ligá-las ao caso –, explicou ontem, já no início da entrevista, o delegado Flávio Grossi. Assim, a Polícia Civil trabalha com 29 vítimas, sete das quais morreram. Além disso, ainda há denúncias envolvendo 30 supostas vítimas em análise.
A Polícia Civil não divulgou os nomes dos indiciados. Isso porque, segundo a assessoria de imprensa da corporação, configura abuso de autoridade.
Entretanto, a polícia informou tratar-se de uma testemunha que mentiu; o chefe da manutenção, por omissão; seis responsáveis técnicos, por homicídio culposo, lesão corporal culposa e por agirem com culpa na contaminação; e, por fim, três gestores da Backer indiciados por atos na pós-produção.
O uso de substâncias tóxicas
Ainda segundo o delegado, não é possível responsabilizar os proprietários da cervejaria pela falha na solda do tanque, mas o ponto é o uso do dietileno ou monoetilenoglicol na produção. Flávio Grossi afirma que foram identificadas duas modalidades da culpa: negligência e imperícia. “Esse vazamento ocorreu porque havia um furo no tanque no alinhamento da solda. A questão a se destacar não é a ocorrência do vazamento, mas o uso de uma substância tóxica (em linha de produção) destinada à alimentação. Ela não poderia ocorrer”, enfatiza.