A COVID-19 já causou mais de 40 mil mortes no Brasil, segundo dados desta quinta-feira do consórcio de veículos de imprensa. Mas, em meio a tantas perdas também existem muitas histórias de superação da doença. Uma dessas vitórias é a do caminhoneiro L. C. de S, de 51 anos, que, nessa quarta-feira (10), recebeu alta no Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), em Montes Claros, no Norte de Minas, sob aplausos dos funcionários. Natural do Ceará, o caminhoneiro ficou internado 46 dias, dos quais 30 no Centro de Tratamento Intensivo (CTI).
Sob aplausos, caminhoneiro cearense recebe alta no Hospital Universitário Clemente de Faria, em Montes Claros. Ele passou 46 dias internado com COVID-19, sendo 30 no CTI, onde chegou a ser entubado. #COVID #COVID19 #coronavírus #saúde #MinasGerais pic.twitter.com/fVCZiOcPbW
— Estado de Minas (@em_com) June 11, 2020
No dia 22 de abril, o caminhoneiro saiu do Ceará com destino a São Paulo. Ao passar pelo pelo Norte de Minas, ele sentiu mal em uma parada em posto de gasolina, às margens da BR-251. Foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (Samu) e levado parao Hospital Municipal de Francisco Sá, cidade da mesma região, segundo a secretária de Saúde do município, Aline Bicalho. Em seguida, ele foi transferido para Montes Claros, informou o Hospital Universitário Clemente de Faria, vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). O quadro se agravou e, no dia 3 de maio, o paciente foi levado para o CTI e precisou ser entubado. Por lá, ele ficou até o dia 2 de junho.
“Temos muita gratidão a Deus a todos os médicos do HUCF pelo esforço”, afirma a mulher do caminhoneiro, S.M.O.M. “O sentimento é de extrema gratidão, pois, muitas vezes, eu mesma não acreditava que seria possível ele (o marido) voltar pra nós”, relembra. Ela que deslocou até o Norte de Minas para reencontrar o companheiro depois de ficar 39 dias sem vê-lo.
A mulher afirma que o caminhoneiro apresentou os sinais da doença gripal ainda antes de sair de casa, mas que não imaginou que ele teria contraído a COVID-19. “Ele já saiu do Ceará com os sintomas, estava com a garganta ardendo e febril. Mas a gente nunca pensou que seria coronavírus. No Ceará, tem muitos casos e o meu marido não teve os cuidados preventivos necessários”, relatou.
A superintendente do Hospital Universitário Clemente de Faria, Priscila Izabela Menezes, ressalta que a unidade é referência para a macrorregião Norte de Minas, que atende 1,6 milhão de pessoas. Mas, ainda segundo ela, devido a situação geográfica de Montes Claros, os hospitais acabam recebendo pessoas de outros estados. “Por sermos um entroncamento rodoviário, recebemos pacientes de todo o Brasil, como foi o caso em discussão – que, por ser caminhoneiro, passou mal na viagem e foi trazido para o nosso hospital”, comenta.
Priscila também informou que, desde o inicio da pandemia até a ultima terça-feira (10), o Hospital Universitário de Montes Claros atendeu 312 casos suspeitos da COVID-19. A unidade conta com 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) voltados exclusivamente pra os casos de coronavírus. Nesta quinta-feira, a unidade registra seis pacientes internados com suspeitas da doença.