Jornal Estado de Minas

CORONAVÍRUS EM MINAS

Reunião na casa de Kalil define próximas ações de combate à COVID-19 em BH

Uma reunião na noite desta quinta-feira, na casa do prefeito Alexandre Kalil, acerta os últimos detalhes das próximas medidas que serão tomadas para o combate ao coronavírus em Belo Horizonte. Participam da conversa infectologistas do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 na capital mineira.





As próximas ações serão divulgadas em entrevista coletiva na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) às 14h desta sexta. A grande expectativa fica por conta do prosseguimento, ou não,  do processo de reabertura do comércio na capital. Nesta semana, começou a funcionar a segunda fase, de quatro no total, da retomada da economia, que garantiu o retorno de 92% dos empregos.

“A guerra não acabou, não sabemos o que vai acontecer. Hoje mesmo vou encontrar com eles, às 18h, na minha casa, para rediscutir, amanhã temos uma coletiva para explicar a população o que está acontecendo, o que pode acontecer. É muito importante”, afirmou Kalil em entrevista à jornalista Leda Nagle.

Perguntado se havia uma previsão para a reabertura de bares e restaurantes na capital, Kalil disse que ainda não tem perspectiva. O prefeito admitiu que há um ‘desgaste’ em manter alguns setores do comércio fechados, mas garantiu que a prioridade é salvar vidas.





“Temos uma reunião hoje com a equipe médica e vamos começar a pensar porque ninguém quer abrir mais a cidade, como tem mais pressa, que o próprio prefeito. Sabe o descontentamento e o desgaste que isso leva. Temos uma linha do início e vamos nessa linha até o fim: preservar vidas. O resto, temos que depois cuidar da parte econômica da cidade. Esse é o segundo passo. Mas o primeiro passo é salvar vidas na cidade de Belo Horizonte. Não estou falando de uma cidade de 500, 600 mil habitantes. Estou falando de uma cidade de 3 milhões de habitantes. É uma cidade muito grande que precisa de cuidado, principalmente em vilas, favelas e aglomerados”, disse.

Também estão sem previsão de retorno em Belo Horizonte as partidas de futebol, bem como eventos culturais. A principal justificativa de Kalil, em relação aos jogos, é pela produção de transmissão, que envolvem centenas de pessoas, o que pode causar aglomeração.

“Vai demorar. Demora porque quem conhece futebol sabe, que o futebol não é aquilo que se vê na televisão ou no estádio. Futebol demanda uma estrutura monstruosa. Se você falar comigo que vai fazer um jogo transmitido no estádio de futebol, eu te falo, sem medo de errar, que você está aglomerando 300 pessoas. Sem público. Um vestiário de futebol é frequentado. Um Luxemburgo não vai poder entrar. Um Kalil não vai poder entrar. O Felipão não vai poder entrar. O Cuca, que eu acho que tem 60 também não vai poder entrar. Aí é futebol de brinquedo. Aí vamos brincar de futebol. Digo e repito: é a coisa mais importante das coisas menos importantes que existem. O futebol vai demorar assim como vai demorar os shows, teatros, cultura... são os grandes sacrifícios do novo mundo, a não ser que venha um remédio, uma vacina, uma coisa que todo mundo espera que venha. Caso contrário, o mundo é outro, concluiu.





Confira as fases de reabertura para o comércio de BH

A prefeitura distinguiu os possíveis níveis de abertura do comércio em seis etapas. As quatro últimas se referem a cenários em que o estabelecimentos considerados não essenciais podem funcionar:
 

  • Lockdown: nível máximo de fechamento, cogitado caso haja piora expressiva nos indicadores epidemiológicos de BH;
  • Fase 0: implementado em 18 de março, em que apenas comércios essenciais podiam funcionar;
  • Fase 1: cenário implementado em 25 de maio, com reabertura de salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas;
  • Fase 2: cenário que se iniciou na segunda-feira (8);
  • Fase 3: cenário com maior abertura que a etapa anterior. Será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis;
  • Fase 4: cenário de reabertura máxima do comércio, que só será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis.