Hoje é dia de o
amor
pedir passagem. Ele pode surgir com você distraído (a), desejando ou à procura. E quando a mágica do encontro se faz presente, não há nada que a detenha. Até mesmo o desafio da
pandemia
do novo coronavírus não foi capaz de impedir que casais decidissem namorar durante a quarentena. E o gatilho do amor diante do risco da
COVID-19
ocorre porque, mesmo confinados, a vida flui, ainda que sob cenários de insegurança, medo, ansiedade.
Na mesma semana, se encontraram e, desde então, não pararam. Só que, em fevereiro ele mudou de emprego e foi para Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, trabalhar no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, da Petrobras: “Pensei que não teria jeito. Outro estado, seria difícil. Tínhamos tudo para dar certo, ele era meu vizinho em BH, temos um ciclo de amigos em comum. Mas achei que não seria possível construir um relacionamento”, previa a jornalista.
Mas, lembra Caroline, veio o isolamento social. Gustavo teve de trabalhar home office porque é do grupo de risco, tem diabetes, e Caroline também passou a atuar remotamente. Os dois voltaram para o interior de Minas: “Isso fez com que nos aproximássemos mais. Passamos a nos ver no fim de semana, um indo para a casa do outro. O que fortaleceu a relação, porque tive a oportunidade de conhecê-lo como um todo.” Caroline destaca que os encontros são cercados de segurança: “Estou na zona rural, só com meus pais e não saio nem para supermercado. Estamos realmente isolados. Assim como o Gustavo, só com os pais dele e o tempo todo em casa.”
Caroline acredita que, em condições normais, o namoro correria o risco de não vingar, já que Gustavo estaria no Rio. “Talvez nem fôssemos conhecer um ao outro. Deu tudo muito certo, tudo é intenso, sinto que neste momento ficamos mais transparentes e nos conhecemos de fato”. Neste Dia dos Namorados, revela que combinaram um jantar. Vão cozinhar juntos. No cardápio, risoto de alho-poró regado a música e uma sessão de filmes: “Ele sabe fazer de tudo, e eu também cozinho, mas este prato será uma técnica inédita para os dois. E até comprei roupa nova”.
Destino
Gustavo diz que o destino do casal era se juntar: “Uma amiga em comum foi o cupido, ao me avisar que a Carol, que sempre achei bonita, atraente e me interessava, estava solteira. Passamos a conversar por WhatsApp. Ao nos encontrarmos em dezembro, foi uma noite tão agradável, nos conhecemos melhor, percebi que ela era bem parecida comigo, com valores iguais e, naquele dia, já sabia que tínhamos muito a compartilhar”.
Na quarentena, Gustavo destaca que o isolamento fez com que notasse coisas em Caroline que não tinha percebido: “A Carol gosta de cozinhar. Então, fazemos juntos algo diferente para comer. Ela valoriza e gosta da família, trabalha muito e gosta do que faz. Isso tudo me atraiu”. Para ele, a quarentena selou a aproximação: “A pandemia é difícil para todo mundo, mas, além de nos fazer dar valor às coisas simples que não enxergávamos, tem aumentado ainda mais o meu vínculo com a Carol.
Neste Dia dos Namorados diferente, vamos comemorar, estamos empolgados. Tomar um vinho, ouvir boa música e trocar presentes. A decisão do namoro foi na quarentena, mas, na verdade, já estávamos namorando desde o primeiro dia que nos encontramos”.
Neste Dia dos Namorados diferente, vamos comemorar, estamos empolgados. Tomar um vinho, ouvir boa música e trocar presentes. A decisão do namoro foi na quarentena, mas, na verdade, já estávamos namorando desde o primeiro dia que nos encontramos”.
Hora também de recomeços
Eles namoraram por cinco anos e a relação terminou. Há dois anos separados, a quarentena chegou para dar outra reviravolta na vida de Ludmilla Santos, de 28 anos, publicitária, e Raphael Simeon, de 31, engenheiro civil: “Nós nos conhecemos no 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil, em um bar em Nova Lima, no jogo da Copa de 2014. Depois de contratempos, começamos a namorar. Raphael foi meu primeiro namorado”, revela Ludmilla.
Mas, com alguns términos e recaídas, há dois anos estavam separados, ainda que se esbarrassem por aí por terem amigos em comum e sendo sempre questionados se não reatariam, já que percebiam que ainda se gostavam: “E não é que foi, agora na quarentena, que resolvemos voltar a namorar? Acredito neste momento de reflexão, de perceber o que mudaria na vida, de carência, pensando com quem você queria estar se o mundo acabasse... Só imaginava minha família e o Raphael. As pessoas com quem gostaria de estar. Ao pensar no que é mais importante na vida, decidimos que vale mais estarmos juntos a ficar um tentando esquecer o outro”, diz Ludmilla.
Nesses dois anos de separação, nenhum teve outro relacionamento. Passaram o Dia dos Namorados solteiros: “A verdade é que nunca conseguimos esquecer um do outro. Todas as vezes que nos encontrávamos por aí, o coração palpitava e sentíamos que não tinha acabado. E todos percebiam isso. Então, mesmo com a pressão da COVID-19, decidimos assumir que nos gostamos sem nos preocupar com o que pensam os outros”, enfatiza Ludmilla.
Outro olhar
Para Raphael, o desacelerar imposto pela pandemia fez toda a diferença para que pudesse enxergar a relação com outro olhar: “A quarentena se tornou um momento de análise mais profunda. Parei de pensar só no presente para focar no futuro, nos objetivos e metas. Esta reflexão me levou a ver o valor do nosso relacionamento, que valia a pena investir. Com um pensando no outro, separados, agora juntos vamos fazer dar certo.”
O ensaio do retorno, conta Raphael, começou em conversas a distância. Para o Dia dos Namorados, ele diz que “será uma data especial, que marca o relacionamento, ainda que deva ser comemorado todos os dias. Neste ano, com tudo que está ocorrendo, há dificuldades para celebrar, mas vamos criar o nosso jeito”.
A opção pode ser o Contrato de Namoro , feito pelos Cartórios de Notas via videoconferência. Ato jurídico cada vez mais aceito pelo Poder Judiciário nas ações que visam provar a inexistência de união estável, o termo é selado entre duas pessoas que querem deixar claro que a relação é de namoro, afastando a possibilidade de que seja considerada união estável, gerando efeitos patrimoniais e que tenha o objetivo de constituir família ou relação jurídica. O prazo sugerido para vigência é de um ano, postergável. O valor da escritura é de R$ 46,74, mais o imposto de ISS.
Contrato on-line de namoro
Sob o mesmo teto em razão da pandemia, namorados agora têm a opção de fazer ato on-line que previne disputas judiciais indesejadas. A quarentena levou muitos casais a dar um passo adiante em seus relacionamentos e passar a dividir o mesmo teto, segundo
levantamento feito pelo Colégio Notarial do Brasil – Seção Minas Gerais (CNB/MG)
, entidade que representa tabeliães de notas no estado. Mas garantir que a relação não vire dor de cabeça quando – e se – chegar ao fim, é primordial.
A opção pode ser o Contrato de Namoro , feito pelos Cartórios de Notas via videoconferência. Ato jurídico cada vez mais aceito pelo Poder Judiciário nas ações que visam provar a inexistência de união estável, o termo é selado entre duas pessoas que querem deixar claro que a relação é de namoro, afastando a possibilidade de que seja considerada união estável, gerando efeitos patrimoniais e que tenha o objetivo de constituir família ou relação jurídica. O prazo sugerido para vigência é de um ano, postergável. O valor da escritura é de R$ 46,74, mais o imposto de ISS.
Palavra de especialista
Genna Santos Grizende, especialista em clínica médica da Santa Casa de BH
Reflexos da paixão
A paixão pode causar várias reações no corpo. Ansiedade, calafrios, coração acelerado, perda de sono e transpiração excessiva ao lembrar ou ver a pessoa amada. Especialistas atribuem aos hormônios: noradrenalina, dopamina, serotonina, endorfina, adrenalina e ocitocina – os chamados neurotransmissores da felicidade. A noradrenalina está relacionada ao aumento da frequência cardíaca e respiratória, estômago embrulhado e sudorese. Ligada ao relaxamento, a serotonina deixa os apaixonados mais eufóricos, sem sono e apetite. Já a ocitocina fortalece relacionamentos amorosos e vínculos, além de estimular o prazer sexual. Para a especialista em clínica médica da Santa Casa BH Genna Santos Grizende, o corpo muda na paixão: “Ficamos mais felizes e liberamos hormônios que dão a sensação de bem-estar. Apaixonar reduz a ansiedade e o estresse, melhora a depressão, trazendo inúmeros benefícios para a saúde, além de ajudar no fortalecimento do sistema imunológico”.
Reflexos da paixão
A paixão pode causar várias reações no corpo. Ansiedade, calafrios, coração acelerado, perda de sono e transpiração excessiva ao lembrar ou ver a pessoa amada. Especialistas atribuem aos hormônios: noradrenalina, dopamina, serotonina, endorfina, adrenalina e ocitocina – os chamados neurotransmissores da felicidade. A noradrenalina está relacionada ao aumento da frequência cardíaca e respiratória, estômago embrulhado e sudorese. Ligada ao relaxamento, a serotonina deixa os apaixonados mais eufóricos, sem sono e apetite. Já a ocitocina fortalece relacionamentos amorosos e vínculos, além de estimular o prazer sexual. Para a especialista em clínica médica da Santa Casa BH Genna Santos Grizende, o corpo muda na paixão: “Ficamos mais felizes e liberamos hormônios que dão a sensação de bem-estar. Apaixonar reduz a ansiedade e o estresse, melhora a depressão, trazendo inúmeros benefícios para a saúde, além de ajudar no fortalecimento do sistema imunológico”.