Jornal Estado de Minas

Boa ação

Plataforma impulsiona doação de sangue diante de baixos estoques devido à pandemia


Doar sangue
é uma atitude de solidariedade e amor. Concebida para alertar a população sobre a questão, a data especial dedicada ao ato é neste domingo, 14, quando se lembra o Dia Mundial do Doador de Sangue. Com a pandemia do novo coronavírus, o ritmo de doações tem arrefecido nos útlimos meses e os estoques estão baixos em várias regiões do Brasil. A fim de fomentar a coleta, o Ministério da Saúde disponibilizou, em março, recomendações para que essa corrente do bem não seja interrompida.


A tecnologia pode ser uma boa aliada. Recém-criada, a plataforma #PartiuDoarSangue conecta quem precisa do sangue a doadores habilitados. É uma iniciativa do professor de Ciência da Computação da Faculdade Pitágoras Antônio Carlos, Orlando Silva. Por meio do aplicativo, o usuário registra um pedido de doação, informando o tipo sanguíneo de que necessita (ou para usufruto próprio ou para um banco de sangue) e o sistema logo localiza e avisa os doadores cadastrados em cada região dispostos a colaborar.

O app é oferecido nas plataformas Android e iOS para Smartphones, gratuitamente e também está aberto site para atender pessoas de todo país, um banco que já reúne mais de 17 mil doadores inscritos. "Temos parceria com alguns bancos de sangue para doações diretas, mas temos planos de buscar novos parceiros para aumentar ainda mais o nosso alcance", explica Orlando Silva.

Marcus Tavares, professor de Enfermagem da Pitágoras Timbiras, especialista em saúde pública, reitera a importância da doação diante dessa situação atípica, para ele uma causa nobre. "Os bancos de sangue têm adotado medidas de prevenção para evitar a propagação do vírus e para que não haja risco aos doadores. A distribuição de álcool em gel, o uso da máscara, a limpeza a cada uma hora das maçanetas de portas e corrimãos, e distanciamento entre as cadeiras da coleta para evitar contato físico são alguns exemplos. A doação de sangue é segura, não havendo riscos para quem doa", reforça o especialista.


Para quem está disposto a realizar a doação, alguns cuidados são imprescindíveis: além da atenção redobrada com a higiene, é fundamental ter uma boa noite de sono, não estar em jejum e consumir alimentos saudáveis como frutas, legumes e verduras, hidratar-se com bastante água e sucos naturais e não utilizar qualquer tipo de substância psicoativa (incluindo álcool e tabaco) nas últimas 12 horas antes da doação.

No Brasil, apenas 1,6% do total da população representa os doadores de sangue - somente 16 pessoas a cada mil. Os dados são da Organização Mundial da Saúde. A estimativa é de que 66% dessas doações sejam espontâneas, o que significa indíviduos que buscam os centros voluntariamente. Muito mais que o coronavírus, casos de febre amarela, anemia crônica, tratamentos de câncer, acidentes que causam hemorragias, complicações decorrentes de dengue e outras doenças graves continuam acontecendo e mantendo o consumo de sangue diário e contínuo, por isso autoridades pedem que se mantenha a doação mesmo em momento de pandemia. São cerca de 32 hemocentros no país, além de aproximadamente 500 serviços de hemoterapia, onde também são feitas coletas e uso do sangue, segundo o Ministério da Saúde.

Para doar sangue, o órgão informa que os candidatos devem ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam da autorização dos pais), pesar no mínimo 50 quilos, estar em bom estado de saúde e levar documento com foto no momento da doação. Em relação ao coronavírus, são considerados inaptos pelo período de 30 dias pessoas que tiverem contato, há menos de 30 dias, com casos suspeitos ou confirmados da doença ou que apresentarem sintomas respiratórios e febre.