Jornal Estado de Minas

Queda de braço

Zema rebate PBH sobre sobrecarga em hospitais por pacientes do interior

 

Ao anunciar a entrega de 500 respiradores para a rede hospitalar do estado, o governador Romeu Zema (Novo) respondeu à queixa da Prefeitura de Belo Horizonte sobre a pressão que o sistema de saúde da capital sofre em decorrência de falta de leitos no interior. Sem citar nomes, Zema afirmou que "a alegação não procede".



 

"BH sempre recebeu, até por essa concentração de hospitais do estado de Minas, pessoas do interior. A alegação de que a capital está sobrecarregada não procede. Isso sempre foi prática. Não existe essa questão de que o interior esteja enviando pessoas para a capital. Sempre foi uma prática. Os hospitais foram construídos aqui para essa finalidade", argumentou Zema.

 

Na sexta-feira (12), o secretário de BH Jackson Machado, durante entrevista coletiva com a presença do prefeito Alexandre Kalil, manifestou preocupação com a falta de leitos para o tratamento da COVID-19 no interior.

Essa situação poderia resultar em maior pressão na rede de saúde da capital, que recebe pacientes de todo o estado.

 

Na ocasião, Jackson Pinto pediu a abertura do hospital de campanha no Expominas. "Entrei em contato com o secretário de Saúde para inaugurar o hospital de campanha pra atender à Região Centro-Sul, pra atender às cidades. Se não for aberto, vai pressionar BH, o que não é correto do ponto de vista do SUS", disse.



 

Durante a coletiva, Zema informou que estão sendo criados 79 leitos de terapia intensiva em Minas, passando para 2.964 o número de UTIs no estado.

O governador afirmou que não é o momento para abrir o hospital de campanha. "Não é o momento ainda", disse. 

Interiorização faz parte, diz secretário

Durante a entrevista coletiva, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, afirmou que o ideal é que os pacientes do interior não venham para a capital.

O secretário afirmou que é parte da evolução da epidemia a interiorização dos casos e lembrou que foram criados planos de contingenciamento para as macrorregiões. 

 

"O objetivo é que a gente não venha trazer pacientes do interior para a capital. Existe referência natural para a capital de outras doenças. Mas, no que tange à COVID-19, a ideia nossa é que mantenhamos o paciente na sua macrorregião de origem", afirmou Carlos Amaral.



 

O secretário disse que a rede está estruturada conforme preconiza o Sistema Único de Saúde (SUS). "Manteremos as ideias que constam em cada plano de contingência: primeiro ocupamos as microrregiões;  quando não temos leitos nas microrregiões, vamos para as cidades polos das macrorregiões. Estamos ampliando leitos. Muitos dos ventiladores que chegaram irão para essas regiões."

 
PBH apresenta números

  

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de BH informou que, até o momento, 58 municípios solicitaram internação na capital para casos suspeitos de COVID-19. Segundo a PBH, só entre 1º de março e 15 deste mês foram 3.464 solicitações. Desse total, 556 foram de pacientes de outras cidades, o que representa 16,1% do todo. 

 

Ainda de acordo com a secretaria, os principais municípios solicitantes são: Sabará (18,7%), Santa Luzia (16%), Ribeirão das Neves (9,9%), Vespasiano (8,8%) e Pedro Leopoldo (4,7%). Esse conjunto de cidades corresponde a mais de 50% das solicitações de internação em Belo Horizonte. Os demais pedidos estão divididos entre outros 53 municípios.