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Estado de Minas PANDEMIA

Mais duas macrorregiões mineiras ficam sem leitos de UTI

Regionais Leste e Vale do Jequitinhonha não têm mais vagas de terapia intensiva. Elas se juntam ao Vale do Aço, Triângulo do Norte e Nordeste, que também já estavam com 100% de ocupação


postado em 16/06/2020 19:50 / atualizado em 16/06/2020 20:06

Mais duas macrorregiões mineiras ficaram sem leitos de terapia intensiva, conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgados nesta terça-feira (16). Segundo a SES, as regionais Leste e Jequitinhonha ficaram sem vagas em suas UTIs, o que totaliza cinco regionais de Minas com taxa de ocupação de 100%.

 

Vale do Aço, Triângulo do Norte e Nordeste já estavam nessa situação na segunda-feira (15). Com isso, são 201 cidades sem UTI disponível, 23,5% dos municípios do estado.

 

No total, são 4.063.891 pessoas sem o serviço nas macrorregiões onde vivem.

 

No quadro geral, o estado tem 72,7% dos seus 2.885 leitos de UTI ocupados. São 372 pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19 internados nessas unidades, de acordo com o governo do estado.

 

Cinco macrorregiões de Minas não tem mais leitos de UTI disponíveis: quatro milhões de pessoas sem o serviço em suas regiões(foto: Santa Casa de Montes Claros/Divulgação - 8/5/20 )
Cinco macrorregiões de Minas não tem mais leitos de UTI disponíveis: quatro milhões de pessoas sem o serviço em suas regiões (foto: Santa Casa de Montes Claros/Divulgação - 8/5/20 )
 

 

Na comparação entre os dois últimos boletins, quatro macrorregiões viram suas taxas de ocupação crescerem: Sudeste e Centro-Sul, além de Jequitinhonha e Leste, que alcançaram 100% nesta terça.  

 

Em outras seis macrorregiões, a situação se manteve estável, entre elas as três que já haviam esgotado suas vagas nos dias anteriores (Vale do Aço, Triângulo do Norte e Nordeste).

 

Já nas regionais Central, Sul, Norte e Noroeste, a SES registrou queda nas taxas de ocupação: mais leitos disponíveis para a população.

Zona vermelha

O sinal de alerta está mais que ligado em Minas Gerais. Entre as autoridades de saúde, o risco de colapso no sistema de saúde, durante a pandemia do novo coronavírus, acontece a partir de ocupações acima dos 70%.

 

É o caso de Minas como um todo e de 11 das 14 macrorregiões. Só escapam da chamada zona vermelha as regionais Central, Norte e Triângulo do Sul.

 

Fora da zona de maior risco, a Região Central tem como principal cidade a capital mineira. No levantamento mais recente, BH tem 82% dos seus leitos de UTI ocupados, a maior taxa desde o início da pandemia.

Ampliação da oferta

Em entrevista coletiva nesta terça, o governador Romeu Zema (Novo) afirmou que estão sendo entregues 79 novos leitos de UTI no interior, nas cidades de Lavras, Itaúna, Ipatinga, Patrocínio, São Sebastião do Paraíso, Divinópolis, Ouro Preto, João Monlevade, Montes Claros, Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Unaí, Uberlândia, Barbacena, Teófilo Otoni, Salinas, Taiobeiras, Lagoa da Prata e Conselheiro Lafaiete.

 

“Com isso, o estado passa a contar com 2.964 leitos de UTI. Hoje, a estrutura é muito superior à de três meses atrás. Tivemos tempo de estruturar a saúde”, comentou.

 

Para efeito de comparação, antes do início da pandemia Minas tinha 2.013 leitos de UTI. Após a instalação desses 79, serão 951 unidades de terapia intensiva a mais que em fevereiro.  

Estado x PBH 

As declarações de Zema foram acompanhadas de críticas à Prefeitura de Belo Horizonte, que, por meio de seu secretário de Saúde, Jackson Machado Pinto, manifestou preocupação com a falta de leitos no interior.

 

Tal fato, para a PBH, pode prejudicar o sistema de saúde da capital mineira.

 

"BH sempre recebeu, até por essa concentração de hospitais do estado de Minas, pessoas do interior. A alegação de que a capital está sobrecarregada não procede. Isso sempre foi prática. Não existe essa questão de que o interior esteja enviando pessoas para a capital.  Os hospitais foram construídos aqui para essa finalidade", argumentou Zema.

 

O governador também disse que não é o momento para abrir o hospital de campanha montado no Expominas, na Região Oeste de BH. Essa medida é desejo da prefeitura.

 

"O objetivo é que a gente não venha trazer pacientes do interior para a capital. Existe referência natural para a capital de outras doenças. Mas, no que tange à COVID-19, a ideia nossa é que mantenhamos o paciente na sua macrorregião de origem", ressaltou o secretário de estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral.


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