Jornal Estado de Minas

COMPORTAMENTO

COVID-19: Mineiros estão cochilando mais durante a pandemia, diz pesquisa

Cerca de 63% dos mineiros passaram a tirar mais cochilos durante a pandemia do novo coronavírus. É o que aponta pesquisa realizada pela I Wanna Sleep. De acordo com o estudo, as pessoas estão dormindo, em média, 2 horas a mais do que antes da crise. A pesquisa ouviu cerca de mil pessoas em Minas Gerais, todas com idade entre 25 e 35 anos.




Segundo o médico Dirceu Valladares Neto, diretor da Fundason e especialista em psiquiatria e medicina do sono, os dados também indicam que esse recorte de perfil poderia já estar sofrendo com privação do sono, seja por necessidade ou devido a insônia e ansiedade, comportamentos que devem ser levados em conta, principalmente, neste período.

O especialista explica que a privação do sono é um problema global, mas é preciso ficar atento o quanto passa a afetar a saúde. Mesmo que os cochilos sejam indicados, segundo ele, é preciso avaliar a qualidade do sono de cada um, individualmente.

A pesquisa também aponta mudanças no comportamento relacionadas ao sono. Cerca de 48% das pessoas afirmam estar mais preguiçosas e 45% avaliam que a qualidade de vida delas piorou durante a pandemia.



Ainda segundo o médico, entre os fatores que afetam o sono estão o estresse e algumas condições como alimentação inadequada, medicamentos ingeridos. Alguns aspectos do ambiente, como iluminação e conforto, também podem afetar a quantidade e a qualidade do sono.

"Uma dica é se educar para reduzir o estresse, manter-se num permanente auto-convite para se tranquilizar, seja ao manter rotinas durante o dia, ou na hora de dormir e ao acordar. Ansiedade, quando excessiva, corrói nosso bem-estar, nossa clareza ao pensar, nos torna mais irritados, dificultando os relacionamentos e as tomadas de decisões. Por isso, é preciso avaliar a quantidade e qualidade desses cochilos. Se estamos ansiosos, irritados ou preocupados, não há sono que nos cure. Se mesmo assim perceber que não pode controlar a ansiedade ou a dificuldade com o sono, procure ajuda especializada", diz o psiquiatra.
 
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa