O Tribunal de Justiça de Minas Gerais vai levar Estevão Bruno Oliveira Silva, de 30 anos, a júri popular. Ele é o principal suspeito de ter matado Grazielle Serra Pereira Santana, sua então companheira de 32, em setembro do ano passado.
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Ele contou ao Justiça que tudo foi uma fatalidade e aconteceu depois que ele teria descoberto uma traição de Grazielle.
Estevão vai responder por homicídio duplamente qualificado: motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ser enquadrado pelo feminicídio.
Em denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público também colocou no inquérito outra pessoa que teria participado do crime: uma mulher, ex-companheira do homem com quem Grazielle estaria traindo Estevão.
Para o MP, essa mulher motivou o acusado a cometer os crimes. Contudo, a Justiça a absolveu por falta de provas.
No decorrer do processo, a Justiça ouviu sete testemunhas. Todas contaram que o casal vivia relação conturbada e que Grazielle pediu divórcio nos últimos anos, mas Estevão não aceitava o fim do relacionamento. O casal vivia junto há 10 anos.
Relembre o caso
O crime aconteceu na madrugada do feriado de 7 de setembro de 2019, na Rua Flor da Verdade, Bairro Jardim Montanhês, Região Noroeste de BH.
A polícia se deslocou para o local depois de receber uma denúncia via rádio. Conforme o boletim de ocorrência registrado à época, o solicitante era o cunhado da vítima, que mora com a irmã dela no mesmo lote onde ocorreu o crime.
Ele contou aos militares que, por volta das 4h30, ouviu o portão batendo e Estevão Bruno Oliveira Silva dando partida no carro. Contudo, pensou que o suspeito iria para o trabalho.
Quando o relógio marcou por volta das 7h, o cunhado da vítima recebeu uma ligação da sua esposa, irmã de Grazielle.
Ela disse ao marido que havia recebido outra chamada, essa de uma irmã de Estevão. A parente do suspeito pediu para que verificasse as condições de Grazielle na casa do casal, pois o acusado havia largado a filha na casa de sua irmã.
Segundo a PM, ao deixar a criança com sua irmã, Estevão Bruno disse que “desgraçaria sua vida”, pois havia descoberto uma traição.
Ainda de acordo com a corporação, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou o óbito. A perícia da Polícia Civil informou que a mulher foi enforcada até a morte em uma cama. Ela também tinha lesões na face.
Conforme o Boletim de Ocorrência, o cunhado do suspeito, que acionou a corporação, disse que o casal morava lado a lado há quatro anos, mas desde 2018 havia rompido a relação, apesar de ocupar o mesmo imóvel.
Estevão, segundo depoimento dessa testemunha à PM, se negava a sair de casa. O suspeito dizia que só sairia dali morto ou executando a esposa. Ele não aceitava o fim do relacionamento, de acordo com o parente de Grazielle.
O corpo foi removido para o Instituto Médico-Legal. A polícia encerrou a ocorrência na Central de Flagrantes 4, no Bairro Alípio de Melo, Região da Pampulha.