Um agente penitenciário de 37 anos e outros três homens, um deles monitorado por tornozeleira eletrônica, foram presos suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas após uma denúncia nessa quarta-feira em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a Polícia Militar (PM), a ocorrência começou por volta das 16h no Distrito Industrial João de Almeida. Militares que patrulhavam a região foram abordados por uma pessoa que não quis se identificar e deu detalhes sobre a ação criminosa que envolvia um agente do sistema prisional que receberia drogas, celulares e carregadores para entregar a um detento de um presídio por R$ 20 mil. A entrega seria feita em uma estrada que liga a BR-040 ao centro de Ribeirão das Neves. De posse das informações, os policiais montaram uma operação no local para o flagrante.
O agente chegou em uma motocicleta vermelha, parou no acostamento e foi abordado pelos ocupantes de um Uno, também descrito pelo denunciante. De acordo com a Polícia Militar, o passageiro entregou uma sacola para o motociclista e o carro saiu. Os militares abordaram o motociclista, enquanto uma viatura foi atrás dos outros dois homens.
Segundo a PM, o suspeito se identificou como agente prisional, mostrando a carteira de identificação. Ao fazer a revista, eles encontraram a sacola dentro da mochila dele. Assim como constava na denúncia, havia duas embalagens plásticas com maconha, dinheiro e um carregador de celular.
Já no carro, os policiais abordaram o motorista, de 22 anos, e o passageiro, de 25. Eles não encontraram na da ilícito dentro do veículo. Questionado sobre a situação, o condutor contou que um traficante pediu que ele levasse o material a entregasse a um homem que estaria esperando. As drogas foram adquiridas em Contagem e ele receberia R$ 300 pelo serviço. O dinheiro estava com ele. Já o passageiro contou ter recebido R$ 70 para acompanha-lo, já que a transação envolvia uma quantia muito grande de dinheiro para que ele fosse sozinho.
Já o agente, conforme a PM, alegou que seus familiares e ele foram ameaçados de morte pelo traficante caso não entregasse os materiais no presídio.
Ao pesquisar os dados do sistema de Defesa Social de Minas, os policiais verificaram que o criminoso citado pelos homens estava usando uma tornozeleira eletrônica, de forma que conseguiram localizá-lo. Conforme a Polícia Militar, o homem de 27 anos assumiu ter planejado a entrega da droga para o comparsa dele na cadeia, no entanto, negou ter ameaçado o agente. Ele disse, ainda, que o mesmo seria responsável por entregar materiais diversos para os detentos do mesmo grupo sempre que houvesse necessidade.
Na casa do agente, os policiais apreenderam uma arma com documento de posse vencido e R$ 10 mil. Ao todo, a ocorrência levou à apreensão de duas barras de maconha, dois potes de meio quilo com barras menores da droga, quatro celulares, dois carregadores, uma pistola, 23 munições calibre 380 e mais de R$ 30 mil em dinheiro. A ocorrência só foi encerrada na madrugada desta quinta-feira. Os homens foram levados à Delegacia de Plantão de Ribeirão das Neves e os veículos deles foram apreendidos.
Por meio do Departamento Penitenciário (Depen), a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou a prisão do policial penal, “contratado como prestador de serviços no município de Ribeirão das Neves”, e informou que ele está no Complexo Penitenciário Nelson Hungria. “A Sejusp ressalta que não compactua com quaisquer desvios de conduta e que conduz com prioridade e celeridade a apuração de ocorrências envolvendo ilícitos, nos termos da lei. A secretaria abriu um procedimento interno de apuração, que pode levar ao desligamento do servidor”, informou em nota.
Por meio do Departamento Penitenciário (Depen), a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou a prisão do policial penal, “contratado como prestador de serviços no município de Ribeirão das Neves”, e informou que ele está no Complexo Penitenciário Nelson Hungria. “A Sejusp ressalta que não compactua com quaisquer desvios de conduta e que conduz com prioridade e celeridade a apuração de ocorrências envolvendo ilícitos, nos termos da lei. A secretaria abriu um procedimento interno de apuração, que pode levar ao desligamento do servidor”, informou em nota.