Na semana passada, a população de Belo Horizonte repercutiu o caso do procurador de Justiça que deu um tiro no pneu de uma moto na Região Centro-Sul da cidade. Nessa quarta-feira (17), novo caso de abuso de autoridade: um agente penitenciário foi flagrado por câmera de segurança dando uma coronhada em um homem em um posto de gasolina localizado às margens do Anel Rodoviário, no Bairro São Paulo, Região Nordeste da capital mineira.
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Neste momento, o servidor público dá uma coronhada na cabeça da vítima. Na sequência, outro golpe com a arma de fogo. Ele ainda acerta um chute no rosto do homem, que estava caído no chão, e o ameaça com a pistola nas mãos.
Segundo fontes ligadas ao sistema prisional informaram à reportagem, o homem que dá as coronhadas é agente penitenciário lotado na Nelson Hungria, presídio de segurança máxima localizado em Contagem, na Grande BH.
A mesma fonte disse que a reação explosiva do agente aconteceu depois de uma briga de trânsito, iniciada após uma "fechada".
Conforme o boletim de ocorrência registrado junto à Polícia Militar, a vítima confirmou a versão de que houve uma briga de trânsito no Anel Rodoviário. O agente penitenciário chegou a apontar a arma para o carro do outro homem, o que o motivou a parar no posto.
No estabelecimento, o agente teria dito as seguintes palavras para coagir o homem: "Eu sou delegado de polícia. Você vai tirar vidas desse jeito. Seu filho de uma ***, desgraçado".
O policial penal, segundo a versão do homem agredido à polícia, também tirou fotos da carteira de habilitação da vítima. E o ameaçou de represálias se o caso fosse parar na polícia.
Estado se manifesta
Procurada, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou a informação de que o homem é servidor do governo.
A pasta esclareceu que um procedimento administrativo foi instaurado pela Corregedoria do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen) para apurar o caso.
A Sejusp, por meio do Depen, reforçou, ainda, "que não compactua com quaisquer desvios de comportamento de seus profissionais".
Polícia espera representação
A reportagem também procurou a Polícia Civil para saber se há investigação criminal em curso. A instituição de segurança pública informou que "procederá às devidas apurações após o comparecimento da vítima à Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal".
De acordo com a polícia, conforme a legislação, é necessário que a vítima, no caso do crime de lesão corporal, represente contra seu agressor em uma delegacia.
Caso isso aconteça, a polícia esclarece que vai qualificar o suspeito e realizará exame de corpo de delito.