Um crescimento de 15 pontos percentuais em três dias: a situação dos leitos de UTI em Minas Gerais está cada vez mais crítica. De acordo com números do Saúde estadual, divulgados nesta sexta-feira (19), restam apenas 441 das 3.019 unidades de terapia intensiva em todo o estado: uma taxa de ocupação de 88,4%.
Para efeito de comparação, na terça-feira 72,7% dos leitos desse tipo estavam em uso.
O crescimento na ocupação dos leitos de UTI no estado foi puxado, sobretudo, pela macrorregião Central, onde está Belo Horizonte e sua Região Metropolitana.
Na terça, a taxa era de 38%. No boletim desta sexta, o indicador saltou para 86%, uma diferença de 48 pontos percentuais.
A regional é a que mais tem vagas de terapia intensiva em toda Minas Gerais: são 995, sendo 854 ocupadas e 141 livres.
A situação é de colapso em quatro macrorregiões: Vale do Aço, Triângulo do Norte, Nordeste e Leste não têm mais leitos para pacientes em estado grave disponíveis.
E o quadro pode piorar nos próximos dias, já que apenas três das 14 regionais não estão na faixa vermelha do indicador. A classificação é dada quando a ocupação ultrapassa a marca dos 70%.
Salvam-se Triângulo do Sul, Leste do Sul e Norte.
“Isso é um sinal muito importante, nos obriga a exigir da população que mantenha todos os cuidados por amor às próprias vidas. De agora para frente, vamos insistir muito na necessidade de distanciamento”, disse o secretário de Estado adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, em entrevista coletiva na manhã desta sexta.
Enfermaria
Quanto aos leitos de enfermaria, outro indicador importante durante a pandemia do novo coronavírus, Minas Gerais tem ocupação geral de 74,9%, também na zona vermelha.
Das 12.496 unidades clínicas, apenas 3.712 estão vagas. Duas macrorregiões já não oferecem mais o serviço: Triângulo do Norte e Central.
Apesar de BH estar nessa última, a prefeitura garante que há vagas na capital mineira.
Até o último boletim, o estado tem 26.052 casos confirmados, desses, 10.314 estão em acompanhamento, 15.138 recuperados e 600 óbitos.