O Sindicato dos Servidores Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) informou na tarde desta terça-feira que, em monitoramento junto aos trabalhadores, detectaram 95 profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) infectados pelo novo coronavírus. Os dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), no entanto, indicam 73 confirmações
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Já a lista publicada nesta terça-feira pela SMSA identifica a seguinte relação: agente comunitário (2), dentista (3), enfermeiro (17), farmacêutico (1), medico (11), psicologo (2), técnico de enfermagem (35) e técnico em saúde bucal (2). No total, são 73 profissionais contaminados.
Números preocupam
De acordo com o sindicato, nos últimos 40 dias, 83 novos casos foram registrados entre os trabalhadores - um aumento de sete vezes desde o início da reabertura do comércio em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Entre esses, quatro profissionais precisaram de internação hospitalar, sendo dois no CTI.
"O sindicato explica que o motivo principal da subnotificação é a não realização de testes para todas as categorias. Muitos profissionais acabam pagando testes particulares, que acabam não contabilizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte", informou.
Duzentos profissionais, segundo a entidade, podem ter tido contato com o coronavírus nos Centros de Saúde da cidade, analisando os dados da pesquisa da SMSA e levando em consideração o total de profissionais da rede que participaram da pesquisa.
"Cabe destacar a situação preocupante da UPA Norte, que já contabiliza nove casos, sendo sete somente nos últimos 30 dias, e dos Centros de Saúde Trevo e Carlos Chagas, que já tem mais de 5 casos. Ambos estão sendo considerados como situações de surtos locais", informou Sindibel.
Reivindicações
O sindicato acredita que a situação da COVID-19 em BH pode ser pior do que a divulgada oficialmente. "A avaliação do sindicato é que todos esses indícios levam a crer que a situação da pandemia está muito mais grave do que parece. É fundamental que a PBH fortaleça as medidas de prevenção à expansão da COVID19 em BH, com orientações educativas à população e adoção de medidas mais contundentes de isolamento social", informou por nota.
Por isso, Sindibel reinvidica a ampliação a testagem para trabalhadores de todas as categorias profissionais do SUS-BH; a publicação de Nota Técnica com ações para afastamento, monitoramento e testagem de profissionais quando colegas de trabalho são confirmados com COVID-19 e adoção das recomendações do Ministério da Saúde para afastamento preventivo de profissionais com suspeita ou confirmação da COVID-19, assim como para trabalhadores contactantes domiciliares de pessoas com suspeita ou confirmação da doença. De acordo com o sindicato, a PBH não afasta profissionais de saúde que vivem no mesmo domicílio de pessoas confirmadas.
O outro lado
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que mantém diálogo constante com o Sindbel e já recebeu as reivindicações e que elabora nota técnica para orientar e ampliar o monitoramento dos contatos domiciliares positivos de profissionais da saúde da rede SUS-BH.
"É importante esclarecer que todo profissional de saúde da PBH, com sintomas respiratórios, que atua ou não na assistência direta aos usuários, é afastado do trabalho, encaminhado para agendamento de perícia e acompanhado pela equipe assistencial. Casos com sintomas graves são testados para a COVID-19", informou.
Com abertura do Laboratório Municipal de Biologia Molecular, a Prefeitura fará exames em todos os trabalhadores de saúde de unidades assistenciais, incluindo, Agente de Combate a Endemia e Agente Comunitário de Saúde com sintomas respiratórios.
Desde o dia 21 de março, segundo a PBH, todos os trabalhadores da linha de frente com sintomas gripais são testados.