A testagem da população de Minas Gerais para o novo coronavírus foi um dos temas de um debate entre secretários e deputados na manhã desta quarta-feira, na Assembleia Legislativa. Carlos Eduardo Amaral, secretário de Saúde, deu explicações sobre a quantidade de testes realizados no estado e disse que eles não devem ser feitos por “curiosidade”.
A resposta foi dada ao deputado estadual Bartô (Novo), após ele citar que Minas era o terceiro estado do Brasil que menos testa a população para coronavírus. “Testagem em massa tem que ter um objetivo claro, que não a curiosidade para saber quem tem doença ou quem não tem doença”, iniciou a resposta o secretário de Saúde.
“A curiosidade não traz benefícios, seria gasto de dinheiro para uma doença auto limitada. Quais os objetivos? O primeiro é identificar os casos graves, para que saibamos dentro de ambiente hospitalar qual paciente deve ser tratado como Covid ou que tenha outra doença. Além disso, tem a testagem para recompor força de trabalho. Tem também a de controle de surtos. Em algum lugar que temos um surto maior, temos indicação da testagem com objetivo de controle”, afirmou Carlos Eduardo Amaral.
Além disso, o secretário também citou o repasse diferenciado do Governo Federal para o baixo número de testes em solo mineiro. “O Ministério da Saúde acabou enviando teste para outros estados, principalmente os acometidos. Eles vêm do ministério, é função dele distribuir. Fez uma lógica que concordo, de mandar mais testes para onde tem mais casos”, disse.
A estratégia do governo é usar os testes quando o pico do número de casos no estado, definido para 15 de julho, chegar, e quando os insumos se estabilizarem. Segundo levantamento feito pelo Estado de Minas, na última sexta-feira, Minas Gerais tem 4.793 exames por milhão de pessoas. São 101.460 testes desde o início do enfrentamento à pandemia.
Além de Carlos Eduardo Amaral, Otto levy, secretário de Planejamento e Gestão, foi recebido e ouvido pelos deputados. A reunião especial desta manhã foi conduzida pelo primeiro vice-presidente da Assembleia, o deputado Antônio Carlos Arantes, e pelo presidente da Comissão de Saúde, Carlos Pimenta, e com os demais parlamentares de forma remota.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o estado registrou o recorde de mortes por COVID-19 nas últimas 24 horas, com 51 óbitos. Um total de 771 cidadãos morreram em decorrência da pandemia em solo mineiro e 31.343 foram diagnosticados com a doença.