A Polícia Civil desmantelou, depois de dois dias de investigações, uma quadrilha especializada em drogas sintéticas. O grupo descoberto é composto por pessoas de alto poder aquisitivo. Segundo o delegado Rodholfo Machado, do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc), essa apuração é ainda mais importante por acontecer na Semana Nacional de Combate às Drogas. No total foram oito presos e a droga aprendida, MDMA (metilenodioximetanfetamina) em quantidade suficiente para a fabricação de 6 mil comprimidos de ecstasy.
As investigações tiveram início na última segunda-feira, simultaneamente, nos bairros Serrano, Santa Lúcia, Cabral e Luxemburgo, onde seis homens foram presos. Na terça-feira, mais duas prisões, no Bairro Cruzeiro. Os presos têm idade entre 19 e 26 anos. Além da droga sintética, os policiais apreenderam também uma barra de haxixe, cuja procedência está sendo investigada.
Segundo o delegado trata-se de uma investigação trabalhosa e bastante delicada, por envolver o tráfico de drogas sintéticas, sobretudo o MDMA, principal insumo para a produção de ecstasy.
“Em decorrência da pandemia, a estrutura do tráfico, relacionado à droga sintética sofreu um baque, porque ela precisa de festas e raves para o escoamento da produção. Nós temos um alvo na região metropolitana, que é um dos principais importadores e traficantes do MDMA, ecstasy, LSD e haxixe. Ele está com sua produção represada, mantendo um estoque de MDMA, e tenta passar esse produto para revendedores”, diz Rodholfo Machado.
O delegado conta ainda que a freguesia do traficante é composta, em sua maioria, por estudantes universitários da zona Sul de BH. A zona sul é também o mercado consumidor prioritário dessa droga.
Os pontos dos flagrantes foram duas repúblicas universitárias, uma próximo à PUC e outra da Fumec, sendo alguns dos presos estudantes dos cursos de direito, psicologia e ciência aeronáutica. A polícia está no encalço do traficante, que, segundo o delegado, não se aproxima das drogas, usando para isso testas de ferro.