Jornal Estado de Minas

Sindicato diz que há quatro casos de COVID-19 no metrô de BH; CBTU não confirma



Pelo menos quatro funcionários do metrô de Belo Horizonte têm diagnóstico positivo para a COVID-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e foram afastadas do trabalho. A informação é do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG). Os metroviários estão em greve desde ontem e o modal opera em escala reduzida. Questionada, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que administra o metrô da capital, disse que não tem autorização para falar sobre o quatro de saúde dos funcionários. 



O diretor de comunicação do Sindimetro-MG, Pablo Henrique Ramos de Azevedo, as informações chegam ao sindicato após solicitações de afastamento dos funcionários. A entidade também teve acesso a atestados médicos. O primeiro caso foi notificado há uma semana, na última quinta-feira. Segundo Azevedo, ainda existe a suspeita de uma quinta vítima. “É um caso em que orientei a pessoa a fazer o exame. Ela teve contato com um (caso) confirmado”, explicou. O diretor foi informado que esse funcionário fez o exame ontem, mas ainda não há informações sobre o resultado. 

A greve com escala mínima foi anunciada na segunda-feira. Inicialmente, o sindicato propôs o funcionamento somente das 6h às 9h e das 16h30 às 20h. No entanto, a CBTU-BH ajuizou uma ação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) com uma escala diferente. A Justiça concedeu uma liminar e, dessa forma, a escala passou a ser das 5h30 às 10h e das 16h às 20h. 

Ao anunciar a paralização na segunda-feira, o sindicato dos metroviários informou tem por objetivo a segurança de todos os funcionários e a população diante do crescimento do número de contaminados e mortos pela COVID-19. “A falta de medidas para mitigar a contaminação entre funcionários pode levar ao colapso do sistema, o crescente aumentos de casos pode fazer o metrô parar pelo adoecimento dos trabalhadores”, dizia o comunicado. 



Vale lembrar que em março, quando o coronavírus chegou a Minas Gerais e o isolamento social passou a ser adotado, o metrô passou a funcionar em escala reduzida. A partir de 21 de março, os trens passaram a circular das 6h às 9h e das 16h30 às 20h. O horário foi ampliado em maio, com a flexibilização

CBTU responde


Por meio de nota enviada ao Estado de Minas na tarde dessa quarta-feira, a CBTU-BH informou que não tem autorização para revelar resultados de exames médicos dos funcionários em respeito ao código de ética da saúde e para evitar exposições indevidas. 

A companhia ainda afirma que tem se mobilizado para cumprir todas as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para proteger os empregados e usuários. A empresa diz, ainda, que todos os funcionários que apresentam sintomas infecciosos são orientados a realizar testagem e são afastados. Leia o posicionamento na íntegra: 
"Em resposta ao jornal Estado de Minas, a CBTU Belo Horizonte informa que, em razão de vedação expressa pelo Conselho Federal de Medicina e em respeito ao código de ética dos profissionais de saúde, a CBTU não está autorizada a revelar informações sobre resultados de exames médicos relativos a seus empregados. Os dados fornecidos, quando do atendimento em Serviço Ocupacional mantido pela empresa, bem como procedimentos realizados com finalidade diagnóstica ou terapêutica, são de propriedade exclusiva do empregado. Cabe à CBTU zelar pelo sigilo e evitar exposições indevidas que possam ferir o direito constitucional à privacidade e à dignidade humana.


Cuidando da proteção extensiva a todos os colaboradores, a CBTU esclarece que, desde 21 de março, a escala habitual de trabalho foi redimensionada para conter apenas trabalhadores essenciais à operação do sistema. Dos cerca de 1250 empregados que integram a força habi-tual de trabalho, cerca de 1/3 dos empregados segue trabalhando, remotamente, conside-rando a autodeclaração deles de estarem inseridas em grupos de risco. A CBTU-BH também segue mantendo o trabalho home office para as áreas administrativas, o que inclui boa parte dos seus empregados, colaboradores e estagiários, além de medidas específicas para prote-ger pessoas inseridas no grupo de risco e menores aprendizes. Também foram suspensos todos os atendimentos presenciais e reuniões da Companhia, priorizando-se o contato por email, telefone ou videochamada.

Concomitante com as ações tomadas pela Superintendência de Belo Horizonte, a Administra-ção Central da CBTU, vem realizando instrução de processo licitatório que visa à implantação de sistema de monitoramento termográfico para usuários e empregados, bem como à aqui-sição de kits para a testagem da Covid-19, extensivo a todos os funcionários.

No que se refere ao afastamento de empregados, a CBTU-BH reafirma que desde o surgi-mento dos primeiros casos da Covid-19, no Brasil, e da consequente Declaração do Estado de Calamidade por parte do Governo Federal, em 20 de março, a CBTU Belo Horizonte tem se mobilizado, incessantemente, para cumprir todas as recomendações de distanciamento soci-al propostas pelo Ministério da Saúde, em consonância com a Organização Mundial da Saúde e com as demais autoridades governamentais. Todas as medidas adotadas pela empresa têm como diretriz a proteção a centenas de empregados que prestam serviço à empresa e aos milhares de usuários que utilizam o sistema, diariamente.


Quanto ao protocolo adotado, a CBTU informa que seguirá observando as determinações da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia para a prevenção para controle e mitigação dos riscos de transmissão da Covid-19 nos ambientes de trabalho. Sempre que informada de que um empregado apresenta sintomas infecciosos (como gripe, febre, tosse), a Companhia recomenda ao profissional para que providencie a indispensável testagem para o Coronavírus e solicita ao RH o imediato afastamento. A empresa também orienta o gestor da área para que monitore todos os demais empregados do setor que decla-rarem ter mantido contato direto com o empregado sob suspeita, bem como para que reco-mende ao demais envolvidos a mesma testagem."