"Atenção, cidadão! Aqui é a Polícia Militar. Novamente, precisamos da ajuda de todos. Saia de casa somente em caso de necessidade. Cuide dos familiares do grupo de risco e, se tiver que sair, utilize máscaras de proteção. E evite aglomerações".
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Ação educativa
Na base móvel instalada no cruzamento entre as avenidas Amazonas e Afonso Pena, o Tenente Bruno bem que tentou orientar um senhor que se dirigiu ao posto para se queixar de um golpe. "Sacaram meu benefício, queria fazer uma ocorrência", disse o homem, que trazia a máscara dependurada no pescoço. "Pois não, vamos registrar, mas conserte a sua máscara, por gentileza", pediu o policial. O item, no entanto, estava frouxo e não parou no rosto do idoso mais do que dois minutos.
O Tenente Bruno explicou que a abordagem é educativa. A ideia, num primeiro momento, não é coagir a população a cumprir as recomendações das autoridades de saúde. "Além do mais, as bases móveis têm outras prioridades, são uma espécie de extensão das delegacias. Quando a pessoa chega aqui sem máscara, a gente orienta, mas esse papel de vigiar as pessoas é das viaturas", esclareceu.
A capitão Laylla Brunella acrescentou que a detenção ocorre apenas em caso de resistência ou desobediência, crimes previstos nos Artigos 329 e 330 do Código Penal, respectivamente. "Nesse caso, fazemos um B.O. e o infrator pode, sim, ser detido". A punição prevista para os delitos na lei vai até três anos de reclusão que, segundo advogados consultados pela reportagem, costumam ser convertidos em prestação de serviços comunitários.
'Minha avó'
A auxiliar de farmácia Thaís Oliveira Gomes, de 23 anos, atravessava a Afonso Pena com a face descoberta por volta das 11h. Abordada pelo Estado de Minas, ela se justificou. "Retirei a máscara só porque estava conversando ao telefone com a minha avó, que é surda. A máscara abafa a voz e aí ela não me escuta, mas eu ando sempre protegida, foi rapidinho", alegou. Ao menos seguiu caminhando devidamente paramentada.
O promotor de vendas Pierre de Moura Rosa, de 35 anos, deu à reportagem uma explicação semelhante ao ser flagrado sem a proteção. "Eu ando na linha, mas trabalho na rua gritando, oferecendo chips de celular para quem passa. De máscara, não dá pra fazer isso. Mas estou atento à fiscalização em BH e apoio, acho importante", comentou. Questionado sobre o risco de contaminar os pedestres com gotículas de saliva durante os apelos vocais, ele argumenta: "Só se eu estiver muito perto das pessoas. De longe, é tranquilo".