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Estado de Minas PRAÇA SETE

Uso de máscara: teimosos e relapsos desafiam fiscalização da PM em BH

Patrulhamento determinado por Zema a partir desta quinta (25) inclui abordagem direta da população e veiculação de mensagens educativas em viaturas com megafone


postado em 25/06/2020 16:36 / atualizado em 25/06/2020 18:54

A fiscalização da PM não intimidou Seu Teixeira, de 80 anos, que atravessou a Afonso Pena sem máscara na manhã desta quinta-feira (25). Tranquilo, ele parou para tomar uma média na rua. 'Não tenho medo de coronavírus', comentou(foto: Edésio Ferreira/ EM D.A.Press)
A fiscalização da PM não intimidou Seu Teixeira, de 80 anos, que atravessou a Afonso Pena sem máscara na manhã desta quinta-feira (25). Tranquilo, ele parou para tomar uma média na rua. 'Não tenho medo de coronavírus', comentou (foto: Edésio Ferreira/ EM D.A.Press)
"Atenção, cidadão! Aqui é a Polícia Militar. Novamente, precisamos da ajuda de todos. Saia de casa somente em caso de necessidade. Cuide dos familiares do grupo de risco e, se tiver que sair, utilize máscaras de proteção. E evite aglomerações". 

Quem passou pelo Centro da capital mineira na manhã desta quinta-feira (25) certamente  ouviu esta mensagem, propagada via megafone por viaturas da Polícia Militar de Minas Gerais nos 853 municípios mineiros. A ação faz parte do patrulhamento iniciado hoje pela corporação para garantir o cumprimento dos protocolos sanitários de combate ao novo coronavírus. Além da transmissão dos áudios educativos, a PM também passou a fiscalizar o uso de máscaras nas ruas. A medidas foram determinadas pelo governador Romeu Zema (Novo) nessa quarta (24) diante do avanço da pandemia no estado, que já tem mais de 90% dos leitos de UTI ocupados, além de 806 mortes e 32.769 infectados pela doença, segundo o último boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). 

Tudo indica que a corporação terá algum trabalho para cumprir a tarefa. Nem o vírus, nem a fiscalização foram suficientes para intimidar pessoas que circulavam pela Praça Sete nesta manhã - sem máscaras, com o equipamento de proteção mal posicionado ou afastado do rosto para o consumo de alimentos.

Ação educativa


PM iniciou fiscalização do uso de máscaras nas ruas dos municípios mineiros a pedido do Governador Romeu Zema (Novo)(foto: Edésio Ferreira/ EM D.A.Press)
PM iniciou fiscalização do uso de máscaras nas ruas dos municípios mineiros a pedido do Governador Romeu Zema (Novo) (foto: Edésio Ferreira/ EM D.A.Press)
Na base móvel instalada no cruzamento entre as avenidas Amazonas e Afonso Pena, o Tenente Bruno bem que tentou orientar um senhor que se dirigiu ao posto para se queixar de um golpe. "Sacaram meu benefício, queria fazer uma ocorrência", disse o homem, que trazia a máscara dependurada no pescoço. "Pois não, vamos registrar, mas conserte a sua máscara, por gentileza", pediu o policial. O item, no entanto, estava frouxo e não parou no rosto do idoso mais do que dois minutos. 

O Tenente Bruno explicou que a abordagem é educativa. A ideia, num primeiro momento, não é coagir a população a cumprir as recomendações das autoridades de saúde. "Além do mais, as bases móveis têm outras prioridades, são uma espécie de extensão das delegacias. Quando a pessoa chega aqui sem máscara, a gente orienta, mas esse papel de vigiar as pessoas é das viaturas", esclareceu. 

A capitão Laylla Brunella acrescentou que a detenção ocorre apenas em caso de resistência ou desobediência, crimes previstos nos Artigos 329 e 330 do Código Penal, respectivamente. "Nesse caso, fazemos um B.O. e o infrator pode, sim, ser detido". A punição prevista para os delitos na lei vai até três anos de reclusão que, segundo advogados consultados pela reportagem, costumam ser convertidos em prestação de serviços comunitários.
 

'Minha avó'

A Auxiliar de farmácia Thaís Oliveira, de 23, foi flagrada para a reportagem sem máscara, mas se justificou: 'Foi só para falara ao telefone com a minha avó, que é surda',(foto: Edésio Ferreira/ EM D.A.Press)
A Auxiliar de farmácia Thaís Oliveira, de 23, foi flagrada para a reportagem sem máscara, mas se justificou: 'Foi só para falara ao telefone com a minha avó, que é surda', (foto: Edésio Ferreira/ EM D.A.Press)
A auxiliar de farmácia Thaís Oliveira Gomes, de 23 anos, atravessava a Afonso Pena com a face descoberta por volta das 11h. Abordada pelo Estado de Minas, ela se justificou. "Retirei a máscara só porque estava conversando ao telefone com a minha avó, que é surda. A máscara abafa a voz e aí ela não me escuta, mas eu ando sempre protegida, foi rapidinho", alegou. Ao menos seguiu caminhando devidamente paramentada. 

O promotor de vendas Pierre de Moura Rosa, de 35 anos, deu à reportagem uma explicação semelhante ao ser flagrado sem a proteção. "Eu ando na linha, mas trabalho na rua gritando, oferecendo chips de celular para quem passa. De máscara, não dá pra fazer isso. Mas estou atento à fiscalização em BH e apoio, acho importante", comentou. Questionado sobre o risco de contaminar os pedestres com gotículas de saliva durante os apelos vocais, ele argumenta: "Só se eu estiver muito perto das pessoas. De longe, é tranquilo". 

O promotor de vendas Pierre de Moura Rosa, de 35, confessa que retira a máscara para oferecer seus produtos na rua. 'Trabalho gritando'(foto: Edésio Ferreira/ EM D.A.Press)
O promotor de vendas Pierre de Moura Rosa, de 35, confessa que retira a máscara para oferecer seus produtos na rua. 'Trabalho gritando' (foto: Edésio Ferreira/ EM D.A.Press)
Um idoso de 80 anos, que se identificou como 'Seu Teixeira', não se deu ao trabalho de se justificar ao ser surpreendido pela reportagem completamente desprotegido, tomando uma média na calçada, perto da agência do Banco Mercantil. "Só uso máscara quando estou trabalhando. A gente não pode ter medo de coronavírus. Ter medo é pior", aconselhou. 

***


O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp



Como a COVID-19 é transmitida?


A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?



Como se prevenir?


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

Vídeo explica porque você deve aprender a tossir



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Mitos e verdades sobre o vírus


Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:


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