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Estado de Minas PANDEMIA

COVID-19: Redução de renda impacta famílias de autistas

Grupo Conduzir tenta amenizar o problema com doação de alimentos e produtos de higiene, mas pede ajuda para manter e ampliar o programa


25/06/2020 17:50 - atualizado 25/06/2020 18:53

Famílias de autistas enfrentam dificuldades na pandemia da COVID-19(foto: Imagem Internet - @transformareinstituto - Autismo, direitos e terapias em tempos de pandemia)
Famílias de autistas enfrentam dificuldades na pandemia da COVID-19 (foto: Imagem Internet - @transformareinstituto - Autismo, direitos e terapias em tempos de pandemia)
Os impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus até o momento são imensuráveis. Desde março, quando a quarentena teve início no Brasil, muitas pessoas perderam o emprego ou tiveram a renda familiar reduzida drasticamente. Uma pesquisa feita pelo Google em abril mostra que quase metade da população brasileira perdeu dinheiro com o isolamento social. E esse cenário se reflete também nas famílias que têm algum membro com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

“A situação está difícil. Estou dentro de casa com a Giulia desde 13 de março. O pai dela está desempregado e não estamos recebendo pensão. Estou revezando o pagamento das contas para não ter nenhum corte. Eu cuido dela 24 horas por dia”, conta Cristina Naldoni, mãe da Giulia, que tem 17 anos e possui autismo leve a moderado, diagnosticado aos 2 anos.

O autismo é caracterizado por algum grau de alteração do comportamento social, comunicação e linguagem e por um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades, segundo a Associação de Amigos do Autista (AMA). O Brasil não possui números oficiais sobre quantas pessoas são autistas, mas, de acordo com o Centro de Controle de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, uma em cada 59 crianças tem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Andrea Moura, mãe do Lucas, que tem 17 anos e foi diagnosticado com TEA aos 4 anos precisou deixar o emprego para cuidar do filho(foto: Arquivo Pessoal)
Andrea Moura, mãe do Lucas, que tem 17 anos e foi diagnosticado com TEA aos 4 anos precisou deixar o emprego para cuidar do filho (foto: Arquivo Pessoal)
Os autistas precisam de cuidado e atenção constantes ao longo da vida e, em muitos casos, um membro da família deixa de trabalhar para dedicar seu tempo a essa pessoa. Assim ocorreu com Andrea Moura, mãe do Lucas, que tem 17 anos e foi diagnosticado com TEA aos 4. Ela precisou deixar o emprego para cuidar do filho e, agora na pandemia, o marido está trabalhando apenas 15 dias no mês, ou seja, com corte na renda. Lucas precisa de remédios e tem uma alimentação com restrições. Já teve crises causadas pelo stress do isolamento social, e possui também problemas respiratórios e cardíacos, fazendo parte do grupo de risco. “Antes já era difícil e agora, com a pandemia, está ainda mais. Meu marido recebe por comissão e estamos pagando só as contas básicas”, conta Andrea.

Grupo Conduzir


Essas famílias estão recebendo ajuda do Grupo Conduzir, formado por  profissionais na área de Psicologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Psicopedagogia. Eles estão fazendo doações de cestas básicas, com alimentos e produtos de higiene para 142 famílias de baixa renda que possuem filhos autistas e são atendidos pela Associação de Amigos do Autista (AMA).

De acordo com a superintendente da AMA, Ana Maria Serrajordia, essa ação é um gesto de amparo a essas famílias. “O apoio, além da evidente ajuda da cesta básica, traz outro componente, que é o conforto de ver que algumas pessoas se preocupam com outras, e o nome disso é solidariedade. As famílias assistidas por essa campanha estão passando por dificuldades financeiras e, para elas, o gesto de apoio, além de ajudar a suprir suas necessidades básicas, também traz um alento de coragem e força”, ressalta.

Como doar


Quem tiver o interesse em ajudar essas famílias deve entrar no site da AMA em https://ama.org.br/colabore/ , escolher a forma de doação e o valor que deseja partilhar. Também é possível selecionar uma opção para doar recursos mensalmente à associação.

* Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa


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