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COVID-19: Mesmo com casos em alta em Minas, Salinas decide suspender lockdown

Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19 (foto: Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19)
A prefeitura de Salinas, cidade com 41,5 mil habitantes, no Norte de Minas, suspendeu nesta sexta-feira (26), o lockdown, medida de isolamento mais severa contra a transmissão do coronavírus (COVID-19), que havia sido adotada no município desde 9 de junho. 



Conhecida como “Capital da Cachaça”, a cidade conta com 137 casos confirmados e três mortes provocadas pela COVID-19. Trinta e cinco pessoas se recuperam da doença, enquanto cinco pacientes estão internados, de acordo com informações da prefeitura de Salinas.

Com a implantação do lockdown, o comércio de Salinas foi fechado temporariamente. Foram mantidos em funcionamento supermercados, padarias e sacolões, mas somente com vendas pelo sistema de delivery (entrega em domicílio).  A circulação de pessoas nas ruas também foi proibida, “salvo por motivo de força maior”, em deslocamento em situação de emergência.

Com o fim do lockdown, foi adotado um plano de flexibilização das atividades econômicas no município, cuja primeira etapa foi implantada nesta sexta-feira. No entanto, de acordo com decreto municipal, os únicos estabelecimentos que foram autorizados a abrir as portas para o atendimento presencial foram mercearias, supermercados, agências bancárias e casas lotéricas, além de farmácias.



Outros estabelecimentos do comércio não essencial podem funcionar com as vendas com entregas pelo sistema delivery: restaurantes, lanchonetes e similares, lojas de roupas e calçados e revendas de produtos tecnológicos. No Mercado Municipal de Salinas açougues, mercearias e loja de embalagens estão autorizadas a funcionar, mas também no sistema delivery.

Conforme a prefeitura,  será feito o monitoramento do grau de propagação do coronavírus na cidade, que vai orientar o plano de flexibilização das atividades econômicas. Passados sete dias da primeira etapa do plano, será feita uma avaliação da pandemia no município. 

A partir do resultado do quadro avaliado será decidido pela manutenção da flexibilização ou recuo na abertura dos estabelecimentos do comércio não essencial.


Modelo para o país 

O  prefeito de Salinas, José Antônio Prates (PSD), o Zé Prates, disse que a Prefeitura implantou um sistema de busca ativa, com uma equipe da vigilância epidemiológica indo às residências para avaliar o estado de saúde dos moradores. Segundo ele, foram  visitados 15 mil domicílios e as pessoas com sintomas gripais foram submetidos aos testes para o coronavírus. 



Além disso, todos os moradores dos casos suspeitos foram orientados a permanecerem em isolamento em quarentena, sendo monitorados pelo serviço de vigilância epidemiológica do município. 

Zé Prates afirmou que a busca ativa permitiu que o município pudesse ter um raio-x do quadro real da COVID-19  e tomar as providências para o controle da doença. Segundo ele, a cidade deu um exemplo de como devem ser adotadas medidas corretas para impedir a propagação do coronavírus. 

“Consideramos que Salinas  gerou um modelo que é referência para os 5.570 municípios brasileiros e que, sem dúvida nenhuma, está dando certo e, se Deus quiser, vai continuar dando certo”, afirma o chefe do executivo. Lembrou ainda que, com a pesquisa domiciliar, a Secretaria Municipal de Saúde “foi atrás do vírus onde estava escondido”. 

Ele informou que ainda dentro das ações de enfrentamento da pandemia da COVID-19, a prefeitura de Salinas implantou sete leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no hospital municipal da cidade. Foram usados recursos próprios, mas o município ainda aguarda verbas do Governo Estadual para custear os investimentos. Além disso, nos próximos dias, o município vai receber mais três respiradores, anunciou Prates.