A campanha Fotografias por Minas dá início a uma nova fase. Agora, o projeto se abre para um novo momento e estende seu prazo e dá visibilidade para trabalhos de pessoas negras, de origem indígena e LGBTIQs%2b.
O projeto começou convidando profissionais e amantes da fotografia, mineiros ou residentes no Estado, para participar com suas imagens com a temática “para imaginar um mundo novo”, sem que houvesse qualquer outro tipo de seleção. Ao todo, mais de 465 profissionais atenderam ao chamado e enviaram suas imagens.
Três fotógrafos do Estado de Minas participam do projeto. São eles: Alexandre Guzanshe, Leandro Couri e Gladyston Rodrigues.
Até o momento foram 1.280 fotos vendidas, R$192 mil em vendas, que atingiu 22 estados brasileiros, além de países como EUA, Espanha, França, Bélgica, Chile e Portugal.
E as ações já começaram. Já foram entregues 3.680 fraldas geriátricas para a residência inclusiva Bom Pastor. O Quilombo Ausente Feliz foi beneficiado com 15 cestas básicas, 15 kits de higiene, 15 kits de limpeza grandes, entre outras.
Amanhã (27/06), a Comunidade Geraizeira do Vale das Cancelas, no Norte de Minas, vai receber 294 cestas básicas. No início do mês que vem, o projeto vai contemplaro o Lar Sagrada Família, na Grande BH, com cinco cadeiras de roda, três cadeiras de banho, três andadores, 75 pacotes de fraldas geriatricas e seis caixas de luva de procedimento.
Como surgiu
A ideia surgiu por meio do grupo “Fotografia pela Democracia”, formado por fotógrafas e fotógrafos em vários lugares do país. Em Belo Horizonte, o primeiro encontro presencial reuniu 127 pessoas. As conversas continuaram pelo whatsapp, discutindo política e assuntos ligados à fotografia.
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Há também uma conta no Instagram (@fotografiasporminas) onde diariamente são publicados os trabalhos dos participantes.
Ampliação do projeto
Integrante da organização da campanha, a fotógrafa Amanda Canhestro conta que "no meio do processo, resolvemos fazer uma análise de perfil dos participantes para identificar o grau de diversidade humana que os definia. Foi quando nos demos conta de que apenas 10% das pessoas que aderiram à campanha eram negras, e havia um número ainda menor de indígenas e pessoas LGBTIQs ”, afirma a colaboradora.
Apesar da abertura que foi dada para que qualquer pessoa enviasse uma foto em adesão à campanha, a organização, com sua maioria de pessoas brancas, concluiu que a dificuldade de se atingir outros setores da sociedade acabou restringindo a divulgação da chamada.
“Vamos tentar subverter os algoritmos que muitas vezes nos prendem em espaços virtuais muito restritos. Será um esforço coletivo para atingir outros lugares e pessoas”, destaca a fotógrafa.
Visibilidade
A fotógrafa Fabiana Cândido, que se integrou à organização nesse período de transição, reforça a importância dessas duas plataformas para os profissionais em início de carreira e que ainda não têm muita visibilidade sobre sua produção.
“Todos nós somos responsáveis para equilibrar as diversidades. Mas para que isso realmente aconteça é preciso que mais projetos como Fotografias por Minas se preocupem em criar estes espaços onde novas vozes sejam ouvidas", ressalta.
Entidades
De acordo com a organização, as entidades que receberão o repasse ao final da campanha, listadas no site do projeto, foram escolhidas seguindo-se critérios de visibilidade reduzida, falta de apoio, urgência em suas carências e diversidade de causas.
A quantia arrecadada não será repassada em dinheiro, mas na forma de suprimentos necessários para cada instituição, conforme suas próprias indicações. Caso a segunda meta seja batida, o grupo está estudando a possibilidade de novos apoios à mais entidades.
São elas: povo Pataxó Hãhãhãe, povo indígena Xakriabá, Cio da Terra, Albergue Santo Antônio, Comunidade Quilombola Vazanteira de Caraíbas e Comunidade Quilombola São Geraldo.