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Estado de Minas

Empresários temem quebradeira após recuo na abertura em BH

Sem crédito, lojistas e prestadores de serviços, como barbeiros, falam em demissões, após decisão de Kalil que permite apenas atividades essenciais


postado em 27/06/2020 04:00 / atualizado em 26/06/2020 23:42

Marco Antônio Gaspar demitiu oito funcionários quando fechou as portas em março e já prevê novos cortes de pessoal(foto: Fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Marco Antônio Gaspar demitiu oito funcionários quando fechou as portas em março e já prevê novos cortes de pessoal (foto: Fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
O fechamento das atividades não essenciais em virtude do aumento de casos e mortes por COVID-19  em Belo Horizonte causará nova dor de cabeça para os empresários e comerciantes. Desde que a prefeitura flexibilizou a economia de forma gradual, em 25 de maio, vários donos de lojas vinham tentando amenizar o prejuízo acumulado em praticamente três meses sem arrecadação. A nova realidade, porém, os obriga a refazer as contas e pensar outra vez no futuro, agora com maior preocupação. Segundo pesquisa recente do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas), cerca de 53% dos lojistas mineiros recorreram a linhas de crédito para manter as contas em dia, mas quase a metade deles não conseguiu obtê-las por causa da burocracia dos bancos e juros altos que inviabilizam a ideia.

Proprietário de uma papelaria na Savassi, o empresário Marco Antônio Gaspar, de 51 anos, teve de fazer ajustes logo em março, quando foi obrigado a fechar as portas de seus dois estabelecimentos. Além de reduzir despesas gerais, ele demitiu oito funcionários. Agora, prevê que fará novas dispensas em sua loja, fundada no começo da década de 1970. “Não temos jeito de aliviar. Vamos voltar a trabalhar com entrega e pela internet. Mas o movimento cai assustadoramente. Não tínhamos atingido nossa meta de vendas e agora teremos de fechar novamente”.

Ele disparou contra o fechamento de serviços não essenciais adotado pela capital mineira. “Inicialmente, as lojas seriam fechadas enquanto o sistema de saúde se preparava para atender os paci- entes. Mas de nada adiantou. As lojas continuam fechadas e muitas pessoas morrem. Onde estão os leitos criados? E há lojas de roupas que atendem, no máximo, 10 pessoas por dia. Supermercados, às vezes, atendem, 400 ou 500 pessoas. Será que eles previnem a transmissão da doença mais que as lojas?”

Filipe Gonzaga, de 36, ficará sem a renda de suas três lojas de artigos esportivos, sendo duas em shoppings da capital. Segundo ele, o prejuízo foi de 80% entre março e maio, quando o negócio ficou sem funcionar. O comerciante questiona a aglomeração de pessoas nos ônibus da capital, que seriam terreno propício para a transmissão do coronavírus. “Se o número de casos aumentou, não sou eu que vou ser contra para falar que deve fechar ou não. Mas a forma como as decisões são tomadas talvez não sejam ideais. O comércio reabriu, porém as linhas de ônibus continuaram reduzidas. Na minha loja, eu consigo controlar o fluxo, garantir que ela não vai pegar a COVID-19 aqui. Mas o funcionário anda de transporte coletivo. O (prefeito Alexandre) Kalil não aumentou o número de linhas e os ônibus continuam cheios.”

O empresário lamenta a falta de incentivo do poder público neste período de pandemia: “Obedeço ao que tem de ser feito. Mas alguns setores não mantêm o cuidado. Obras continuam sendo feitas, os supermercados permanecem lotados, como se tivesse uma 'guerra' lá dentro. O pessoal faz churrasco. A culpa é da população. Mas o principal é que não temos apoio do governo. Temos contas, aluguel e funcionários a pagar. Até hoje não veio a linha de crédito que o governo prometeu. Ninguém diz nada se os contratos de trabalho serão prorrogados. Ficamos desesperados, sem saber o que fazer”.

Rangel José de Freitas conta com a possibilidade de oferecer serviço de barbearia em domicílio, mas ainda prevê perdas
Rangel José de Freitas conta com a possibilidade de oferecer serviço de barbearia em domicílio, mas ainda prevê perdas

As barbearias são outro tipo de negócio que obrigatoriamente fecharão as portas a partir de segunda. Rangel José de Freitas, de 46, há 20 trabalha com o serviço e busca novas soluções para amenizar a perda de arrecadação: “Por sermos muito conhecidos em Belo Horizonte, nossos clientes abriram suas portas para fazermos o atendimento em domicílio quando precisamos fechar. Mas, ainda assim, perdemos em torno de 80% da nossa renda no tempo em que ficamos sem trabalhar. Lamentamos, porque fizemos nossa parte, enquanto outros bairros se descuidaram”.

Quem também está apreensivo é Glayson Pereira, de 28, proprietário de uma loja de artigos de celular, que emprega dois funcionários. “Achei essa medida do Kalil muito radical. O ideal seria abrir o comércio de forma mais organizada, com cada segmento podendo abrir seu serviço num dia da semana. Com isso, não nos deixaria o tempo todo parado. Tem muita gente que tem de pagar conta, tem carteira assinada e precisa trabalhar. Vai afundar ainda mais o município”, disse o empresário, que negociou a suspensão do aluguel de sua loja na Região Centro-Sul da capital.

O presidente do Sindilojas-BH, Nadim Nonato, cobra postura mais concreta dos órgãos públicos: O comércio precisa de capital de giro e necessita que o governo federal renove a suspensão dos contratos de trabalho e a renovação da carga horária imediatamente. As linhas de crédito infelizmente hoje não chegam aos lojistas”.
 
 

O que é o coronavírus?

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 é transmitida?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia


Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 

 


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