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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Apesar de pouco movimento, UPAs em BH estão cheias de pacientes com COVID-19

Mesmo com aumento do número de casos graves de coronavírus, usuários do sistema público de saúde registram rápido atendimento nas unidades


27/06/2020 12:52 - atualizado 27/06/2020 13:28

UPA Oeste na manhã desde sábado (27)
UPA Oeste na manhã desde sábado (27) (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)

Os casos de COVID-19 em Belo Horizonte aumentaram após a flexibilização do comércio e, segundo o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, houve aumento no atendimento de pacientes com coronavírus dentro das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), uma das razões que motivaram o fechamento do comércio na capital.

Na manhã deste sábado, havia pessoas do lado de dentro e fora da UPA Oeste, na Avenida Barão Homem de Melo. Na UPA Centro-Sul, que abriga o Centro Especializado em COVID-19 (Cecovid), havia duas ambulâncias do lado de fora. Apesar disso, o movimento era tranquilo. Familiares de pacientes que estavam sendo atendidos informaram à reportagem do Estado de Minas que o atendimento estava rápido.

O pouco movimento traduz o cenário de pandemia mundial. Autoridades médicas em todo o mundo recomendam que as pessoas só compareçam à unidades de saúde em casos urgentes e, por mais que pareça prudente procurar atendimento médico para identificar se é gripe ou coronavírus, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Infectologia orientam que só deve ir ao hospital quem estiver se sentindo muito mal, com sintomas graves como dificuldade para respirar e febre alta (a partir de 39C°).

Essa medida serve para, além de evitar sobrecarga do sistema de saúde, diminuir as chances de que uma pessoa doente contamine o ambiente ou uma pessoa saudável seja contaminado por coronavírus.

COVID-19 em UPAs

Em resposta ao Estado de Minas, a prefeitura informou que, apesar da declaração de Jackson Machado, o atendimento nas UPAs não está comprometido. “As UPAs estão funcionando normalmente com equipe médica completa. Entretanto, é importante esclarecer que nas últimas semanas foi registrado aumento no número de casos graves, o que impactou na ocupação de leitos de UTI COVID”, informou.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, de março a maio, as nove UPAs da capital realizaram 132.808 atendimentos. Deste total, 2.577 eram casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave.

As unidades contam com leitos de urgência, que atendem pacientes com suspeita de COVID-19. Os casos graves que procuram as UPAs são transferidos para hospitais da Rede SUS-BH.

Segundo a prefeitura, as UPAs e os Centros de Saúde estão capacitados para atender pessoas com sintomas do COVID-19. No entanto, a Secretaria também recomenda procura por unidades de saúde apenas para casos graves, como febre alta, falta de ar e prostração.

Falta ambulância

O secretário de Saúde informou durante coletiva de imprensa nessa sexta-feira, que os atendimentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) dobraram. Segundo Jackson Machado, as unidades transportavam 50 pessoas por dia. Desde a última segunda-feira, a quantidade dobrou, passando a 100 transportes diários.

“Teve centro de saúde aberto até 23h30 esperando ambulância do Samu para buscar paciente. Teve UPA com paciente até às 4h porque o Samu estava sobrecarregado”, afirmou Jackson, informando também o acréscimo de nove ambulâncias ao sistema de saúde.

UPA Centro-Sul na manhã desde sábado (27)
UPA Centro-Sul na manhã desde sábado (27) (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)


Segundo Jackson, esses acontecimentos em conjunto com a alta ocupação de leitos contribuíram para o recuo na flexibilização. “Se tem internação, indica que não aumentaram somente os casos de coronavírus, mas a gravidade dos casos”, explicou.

O secretário admitiu o aumento na ocupação dos hospitais, mas defendeu que, somente em junho, 77 novos leitos de UTI e 120 de enfermaria foram instalados na capital. “E podemos ampliar ainda mais dependendo da disponibilidade de respiradores”, disse.

Pandemia em Belo Horizonte

De acordo com dados apresentados na 7ª edição do Boletim de Monitoramento da COVID-19, divulgado nesta sexta-feira, pela Prefeitura de Belo Horizonte, o alerta geral permanece pela terceira semana consecutiva no vermelho, o que pressionou o Executivo Municipal a definir pela regressão no processo de reabertura dos setores econômicos da cidade.

A ocupação de leitos de UTI para COVID-19 saltou de 78% para 85% (vermelho), no comparativo entre o último relatório, apresentado no dia 19, e o desta semana. Houve um aumento também na ocupação dos leitos de enfermaria, passando de 61% para os atuais 69% (amarelo). 

Apesar da aceleração da transmissão (Rt) estar em 1,09 (amarelo) e ter reduzido em relação à semana anterior, a transmissão neste patamar conseguiu promover impacto significativo na ocupação dos leitos na última semana. O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, explica que, após o início da flexibilização, o valor de Rt atingiu patamares acima de 1,20 até o início de junho, reduzindo seu ritmo nas últimas semanas.

O secretário de Saúde destaca que o valor crítico de 1,20 para o número médio de transmissão serve de alerta sobre uma maior pressão no nível assistencial da saúde. “Valores abaixo desse limite fornecem maior tempo de resposta em relação a expansão da doença. Contudo, qualquer valor acima de 1,00 reflete a expansão da pandemia, demonstrando a importância do isolamento social para reduzir o nível de contágio”, enfatiza Jackson.

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