O Triângulo Mineiro assume o epicentro da COVID-19 em Minas, com curva ascendente para o número de casos e mortes. "O Triângulo Mineiro vem sendo, há algum tempo, o maior problema do estado, seja por questões na adoção de medidas de restrição seja pela fronteira com o estado de São Paulo, que teve explosão de casos. Poderíamos dizer que, se não o epicentro, é um dos principais focos do Estado", afirma o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) neste sábado (27), as quatro maiores cidades da região confirmaram 7.166 casos e 107 mortes. Em número de casos, correspondem a 17,49% do total de diagnósticos positivos em Minas e 11,89% no total de óbitos.
Dentre as quatro cidades, a situação mais grave é de Uberlândia, com 5.889 casos e 76 mortes - de acordo com boletim da SES deste sábado. Em seguida aparecem Uberaba, com 645 casos e 24 mortes, Araguari com 394 casos e 3 mortes e Araxá, com 238 casos e 4 mortes. Uberlândia superou Belo Horizonte em número de casos. A capital registrou 11,89% do total no Estado.
O número de casos e de mortes no Triângulo pode ser ainda maior. Para se ter uma ideia do avanço da COVID-19 na região, o boletim divulgado pela prefeitura de Uberlândia na sexta-feira (26), apontava que o município somava 6.060 infecções, além de 100 mortes em decorrência da doença.
Os números são ainda superiores aos do boletim da SES deste sábado (27), em decorrência do descompasso no ritmo de atualização do consolidado estadual.
Os números são ainda superiores aos do boletim da SES deste sábado (27), em decorrência do descompasso no ritmo de atualização do consolidado estadual.
Uberaba tem aumento de 402,8%
A prefeitura de Uberaba informou que a taxa de reprodução do coronavírus no município é 1.27. Ou seja, a cada 100 pessoas com a doença, outras 127 são contaminadas.
Esse índice apresenta a média de pessoas contaminadas por um infectado. Valores maiores que 1 indicam que o número de novos casos está aumentando. De acordo com dados da prefeitura, que são diferentes da SES, em 27 de maio, eram 173 confirmados. Em um mês esse número saltou para 697 casos confirmados, um aumento de 402,8%.
A ocupação de leitos para COVID-19 em Uberaba é de 33% para UTI e 20% de enfermaria. Já a ocupação de leitos, no geral, é de 81% na UTI 81% e 72% na enfermaria.
Desinfecção de ruas em Araxá
Em Araxá, de acordo de acordo com o boletim da prefeitura, são 241 casos confirmados e 12 óbitos. A ocupção dos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) para COVID-19 é de 40% para UTI e 14,86% para efermaria. No total de 89 leitos, 17 estão ocupados.
O Comitê de Enfrentamento à COVID-19 do município publicou o decreto 1.017, que determina o fechamento do comércio até segunda (29), quando o órgão se reunirá novamente. Uma das medidas adotadas para barrar o avanço do novo coronavírus foi a desinfeçção das ruas, neste sábado. O trabalho tem sido feito desde março.
A prefeitura de Araxá informou ainda que houve aumento na testagem dos profissionais das Unidades de Saúde. Conforme a prefeitura, 930 servidores do setor foram submetidos a testes rápidos: 924 tiveram resultado negativos e seis positivos.
Ocupação de leitos de UTI está em 95% em Araguari
No boletim epidemiológico, a prefeitura de Araguari informa que o município tem 397 casos confirmados e seis óbitos. De acordo com a prefeitura são nove leitos de UTI e 25 de enfermaria. Há um sinal vermelho para a situação do município: a ocupação de 95% nos leitos de UTI da rede municipal.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Uberlândia e não obteve retorno.