Um dia após o anúncio do prefeito Alexandre Kalil (PSD) de recuar o processo de reabertura de Belo Horizonte e permitir somente os serviços essenciais na cidade, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) questionou a não abertura de leitos de UTI prometidos.
"A prefeitura afirmou que o processo de reabertura do comércio seria determinado por três fatores: a ocupação de leitos de UTI, a ocupação de leitos de enfermaria e o número de transmissão por infectados. De acordo com o boletim divulgado nesta sexta-feira (26), apenas o índice de ocupação de leitos de UTI está no vermelho. Os outros dois estão no nível amarelo'", afirma, em nota.
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"A prefeitura vem também conversando de forma intensa com o Sindlojas, que representa dezenas de milhares de lojistas na capital. Também elaborou, em conjunto com o grupo, as fases de reabertura do comércio e dos setores que seriam incluídos em cada uma delas."
A prefeitura também esclarece que "as fases de reabertura já foram construídas, mas a sua efetivação (datas, manutenção, avanço ou retrocesso) dependem do resultado dos indicadores epidemiológicos (índice de transmissão e taxa de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria para COVID-19)".
'Não culpem o comércio'
Na sexta-feira (26), após o recuo do processo de reabertura, a CLD/BH divulgou uma nota intitulada ''Não culpem o comércio'', na qual afirma que o aumento do número de casos de infecção por coronavírus na capital não é causado pela reabertura das lojas.
“Há dois meses os especialistas do Brasil inteiro avisaram que, independentemente da reabertura do comércio, em junho haveria o aumento no número de casos”, aponta a entidade no texto.
A câmara também afirma que o comércio de BH se sacrificou para salvar vidas. “Não tem comerciante fazendo churrasco nem caminhando em pista de cooper sem máscaras. Não tem comerciante permitindo aglomeração em seus estabelecimentos. Com raríssimas exceções, todos estão cumprindo os protocolos”, afirma o texto, em referência a falas do prefeito da capital mineira.
A entidade argumenta que o tempo de fechamento das lojas na cidade não foi visto em nenhum outro lugar do mundo, e que “centenas de empresas já fecharam suas portas definitivamente e milhares de empregos já foram perdidos”