Jornal Estado de Minas

Problema antigo

Congonhas quer força tarefa contra a poluição por pó de minério

Uma força tarefa para eliminar as nuvens de poeira, que repetidamente cobrem os céus de Congonhas, na Região Central, é a proposta do prefeito José de Castro Cordeiro, Zelinho (PSDB). O chefe do executivo pede reforço dos órgãos ambientais do estado para ajudar a prefeitura na busca de uma solução definitiva para o problema.


 
Ele manifestou essa intenção na manhã desta segunda-feira (29), em entrevista a uma emissora de rádio local, ao se posicionar sobre a reclamação dos moradores após uma fina camada de pó de minério tomar conta do ar na manhã de sábado (27). Ele disse que uma vistoria foi realizada no mesmo dia e que se o resultado apontar a responsabilidade de alguma empresa, ela será notificada e devidamente punida.
 
Em publicação nesse domingo (28), no portal da prefeitura, o secretário municipal de Meio Ambiente, Neylo Aarão, afirmou que acionou o secretário de estado da área, Germano Vieira, e o presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), Renato Brandão, propondo a criação da "força tarefa". A intenção seria avaliar as condições atmosféricas na cidadade e, posteriormente, tomar medidas para conter a poluição do ar. "O objetivo é reduzir o volume de material particulado, que tem afetado toda a cidade, principalmente quando há uma forte incidência de ventos, o que ocorreu nesse sábado, 27."
 
"Definitivamente, o que está sendo adotado e foi exigido pelos órgãos de licenciamento do Estado não está surtindo os efeitos desejados, e a tendência é piorar cada vez mais com o aumento de produção, se algo não for feito urgentemente. Após esta conversa de hoje (domingo), ficou alinhada, inicialmente, a realização de uma vistoria pelos órgãos de controle ambiental do estado, enquanto a Secretaria municipal de Meio Ambiente atua na regulamentação dos transportes de minérios e rejeitos, num estudo que já está em andamento e que deve ser concluído no próximo mês", informou o secretário municipal, Neylor Aarão.


 
Durante três horas, no final da manhã de sábado, os moradores de Congonhas conviveram com uma densa nuvem de poeira na cidade. O problema é recorrente e ocorre todos os anos no período do inverno. O tempo seco e ventos fortes espalham o pó que vem das intensas atividades mineradoras na região.
 
Sandoval de Souza Pinto Filho, técnico em mecânica aposentado, registra o fenômeno através de  fotografias  desde 2008. "Nossa preocupação é que em agosto os ventos são mais fortes. A poeira vem da região da Serra Casa de Pedra, Bandeira , Alto João Pereira e da áréa da Ferrous, lado  Plataforma/Coelhos".
 
Em julho de 2016, a FEAM, o Ministério Público de Minas e as empresas Vale, Ferrous e CSN firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a implantação de uma rede de monitoramento da qualidade do ar em Congonhas.
 
Em maio de 2019, a Feam comemorava  a inauguração de "rede otimizada e contínua de monitoramento da qualidade do ar do município, com 12 estações", durante evento realizado no Museu de Congonhas.