Nos últimos dias, Minas Gerais registrou um avanço acelerado do coronavírus. Segundo boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (29) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), são 43.864 casos confirmados, dos quais 918 resultaram em mortes. E a propagação da pandemia tem tido reflexos perceptíveis na estrutura hospitalar. De acordo com dados atualizados nesse domingo, quase 1.981 pessoas com COVID-19 ou suspeita da doença estavam internadas no Sistema Único de Saúde (SUS) mineiro.
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Minas tem quase 700 cidades com casos de COVID-19; pesquise a suaCoronavírus: com 19 mortes em 24 horas, Minas ultrapassa a marca de 900 BH registra mais um dia de recorde de ocupação de leitos para COVID-19coronavirusmgPolícia recebeu mais de 60 mil queixas de violência contra a mulher em MG neste ano'Coronaoquê?': Desenhos explicam o que é o coronavírus para criançasHá duas semanas, o sistema público de Minas Gerais tinha 1.477 pacientes hospitalizados com a COVID-19 ou suspeita da doença. São 504 pessoas a menos que o número mais recente divulgado pela SES. A crescente demanda por internações desperta preocupação nas autoridades, especialmente por conta da possibilidade de colapso no hospitais. No domingo, 89,62% das 2.964 UTIs e 71,85% dos 12.928 leitos clínicos do SUS mineiro estavam ocupados, se consideradas todas as enfermidades.
O iminente colapso na estrutura de saúde convencional fez o governo estadual construir o Hospital de Campanha, que terá capacidade para 180 UTIs, 740 leitos de enfermaria e 28 de estabilização. A estrutura está pronta desde abril, mas ainda não há prazo definido para que comece a receber pacientes. Atualmente, está em vigor o processo de seleção da Organização Social (OS) que será responsável por gerir o equipamento. A previsão é que a escolha seja feita até 16 de julho - curiosamente, um dia após a data prevista pela SES para o pico da pandemia em Minas. Se quiser inaugurar a obra antes, a administração pública poderá determinar um gestor “interino”.
Internações
Na última quinta-feira, o governo estadual publicou um relatório em que detalha o atendimento de pacientes com coronavírus no sistema público de saúde. No documento, que leva os nomes do governador Romeu Zema (Novo) e do secretário de Saúde Carlos Eduardo Amaral, a SES admite que “leitos de UTI sempre foram um gargalo em Minas Gerais e mesmo com o aumento do quantitativo de leitos, tem-se altas taxas de ocupação”.
Segundo o relatório, eram 5.832 internações em leitos clínicos e 1.324 em UTIs do SUS mineiro até 17 de junho. A primeira hospitalização de uma pessoa com diagnóstico clínico de COVID-19 foi em 16 de março. A partir dessa data, a SES calcula, em média, 144,29 internações por dia em leitos clínicos e 33,86 em UTIs. O tempo médio de permanência em cada um desses equipamentos é de 89,17 e 14,67 dias, respectivamente.