Jornal Estado de Minas

SAÚDE

COVID-19: Hospital de Campanha de MG só conseguirá abrir 100% dos leitos depois da data prevista para o pico

Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19 (foto: Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19)
Hospital de Campanha construído pelo governo de Minas Gerais só poderá operar com 100% da capacidade de leitos após a data prevista para o pico da pandemia da COVID-19 no estado. As instalações estão prontas desde abril, mas ainda não há previsão de quando começarão a receber pacientes com coronavírus.



Para conseguir operar 100% da capacidade do Hospital de Campanha, o governo estadual precisa dos recursos humanos e materiais da Organização Social (OS) selecionada para gerir as instalações. Porém, o processo de escolha termina em 20 de julho - cinco dias depois do pico previsto para a doença em Minas Gerais, segundo estimativas de técnicos da própria Secretaria de Estado de Saúde (SES).


Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas nesta terça-feira (30), o governador Romeu Zema (Novo) foi questionado se houve falha no planejamento. O chefe do Executivo estadual, então, admitiu que só conseguirá atingir 100% da capacidade do Hospital de Campanha após a data prevista para o pico da pandemia, em 15 de julho.

“Para o hospital funcionar 100%, aí sim vamos precisar de uma instituição externa, que é esta que está com a licitação em andamento. Então, nada vai ser prejudicado nesse processo. Tudo a seu tempo. O hospital, caso venha a operar, não vai ser ocupado em 100%. Vai haver uma escala. Vai começar com 30, 40 leitos. Depois, vai para 100, 150... Até, se necessário, tudo. Ninguém sabe se vai ser. Com toda certeza, o processo já vai estar concluído”, disse.



Segundo Zema, o estado consegue iniciar a operação do hospital antes que termine o processo de escolha da OS gestora. Para isso, precisará acionar recursos humanos do próprio governo estadual e acionar profissionais da saúde da Polícia Militar (PM) e da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

“Se for necessário que o Hospital de Campanha comece a funcionar em dois dias ou três dias, ele tem condição de começar a funcionar com 30% da capacidade. Lembrando que 30% da capacidade dele nós estamos falando de mais de 250 leitos, somente com pessoas e recursos do estado. Temos médicos na Polícia Militar, temos médicos e enfermeiras na Fhemig. Todo esse pessoal já está devidamente chamado para essa eventualidade”, explicou.

Aumento na carga horária


Zema admitiu que precisará ampliar a carga horária de profissionais da PM e da Fhemig se precisar abrir o hospital antes da escola da OS. “É lógico que esse pessoal vai ter a carga horária ampliada momentaneamente até que uma outra instituição venha a assumir a operação, mas nada que seja inviável. Esse pessoal hoje tem condição de assumir. Eles vão, é lógico, trabalhar mais. Ao invés de folgar três vezes por semana, talvez vão ter de folgar uma vez por semana”, disse.



A expectativa da administração estadual é que o Hospital de Campanha só seja aberto quando a capacidade do sistema de saúde convencional se esgotar. Segundo dados atualizados nesta terça pela SES, 87,65% das UTIs e 72,71% dos leitos clínicos do Sistema Único de Saúde (SUS) mineiro estão ocupados.

O Hospital de Campanha de Minas Gerais é dividido em duas unidades. Em Belo Horizonte, poderão ser instalados até 740 leitos de enfermaria e 28 de estabilização. Em Betim, cidade da Região Metropolitana, a capacidade máxima é de 180 UTIs.