Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, é a segunda cidade, no país, escolhida para participar do projeto “#500VoluntáriosJÁ” do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). A ação busca voluntários - com sintomas iniciais da COVID-19 - para participar dos estudos clínicos com o medicamento nitazoxanida, princípio ativo dos antivirais mais conhecidos como Azox (ou Annita®).
Leia Mais
Policiais do BPTran prendem quadrilha de ladrões de carros e clonagemCoronavírus: Laboratório expande capacidade de testagem em MinasCOVID-19: Logo após restrições, BH registra mais de 400 casos em 24 horasEvento beneficente arrecada recursos para asilo em Montes Claros Polícia desarticula quadrilha de traficantes que agia em Juiz de ForaReflexo do ciclone: fortes rajadas de vento podem atingir pontos de Minas nesta quartaA intenção da pesquisa é verificar se o vermífugo inibe a replicação do vírus nos pacientes, como já verificado em testes de laboratórios em células vivas infectadas.
O atendimento aos voluntários acontece na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Santa Luzia, que é gerida pelo Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ) com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A solenidade de lançamento contou com a presença da imprensa e a participação do ministro do MCTI, astronauta Marcos Pontes; Secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas Marcelo, Marcos Morales; secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral; prefeito Antônio Almas (PSDB); diretor-presidente do Hospital, Marco Antônio Guimarães de Almeida; coordenador Infectologista, Marcos Moura; e equipe envolvida no projeto.
De acordo com a fala do ministro Marcos Pontes, a substância mostrou eficiência de 94% na inibição de carga viral em células, nos testes in vitro de laboratórios. A partir de agora, o objetivo é captar 500 voluntários para proceder estudos na aplicação em seres humanos.
Segundo Pontes, o estudo está na 3ª fase e a aplicação do medicamento deve ocorrer no início da doença com o propósito de evitar o agravamento do quadro clínico. “Na 1ª fase foram escolhidas 2.000 drogas, sendo 5 dessas selecionadas para a 2ª fase da pesquisa. A prioridade foi reposicionar drogas já existentes como solução rápida no combate ao coronavírus. Assim que finalizar os testes, caso o estudo aprove a substância, dentro de 15 dias já é possível a Anvisa alterar a bula e liberar o medicamento de fácil acesso”, explica o ministro.
Apesar da afirmação de que o medicamento nitazoxanida não contém efeitos colaterais graves, a droga passou a ser vendida apenas com prescrição médica com intuito de evitar automedicação.
Como é feito o estudo
Conforme o coordenador local, médico infectologista Marcos Moura, uma estrutura foi montada na UPA. Assim que o voluntário, com sintomas leves, chega à unidade, é feito o Exame PCR para confirmação da infecção pelo vírus. Uma vez confirmado positivo para Covid-19, o voluntário recebe a medicação para início do tratamento até o terceiro dia da primeira avaliação.
O paciente continua tomando a medicação em casa e retorna no quinto dia de tratamento, quando faz nova bateria de exames. Neste prazo ele tem o suporte assistencial por parte da UPA com orientação e acompanhamento médico.
O projeto integra o RedeVírus MCTIC, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações e é globalmente coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).