Um dos principais gargalos de Belo Horizonte no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, segundo especialistas, passa pela falta de testagem da população. A capital tem uma das menores taxas de incidência entre as grandes cidades do Brasil, porém um dos menores percentuais de testes para detecção do vírus na população – etapa fundamental para coordenar políticas públicas.
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Também conhecido como RT-PCR, esse teste é considerado pela Organização Mundial da Saúde como o mais confiável para a detecção do novo coronavírus, o chamado padrão ouro.
Isso porque o exame mapeia o material genético do vírus, o chamado RNA. O ideal é realizar o procedimento entre três e sete dias após o surgimento do primeiro sintoma da doença.
Perguntado sobre a demora para a prefeitura iniciar o processo e instalar um laboratório próprio para isso, Kalil garantiu que a estrutura com essa finalidade já estava no planejamento da Saúde municipal há muito tempo.
“O laboratório não foi feito para a pandemia não. Belo Horizonte precisa de um laboratório e era o plano da Secretaria (Municipal) de Saúde desde sempre. Nós apressamos por causa da pandemia. Mas era um projeto da Secretaria de Saúde”, explicou.
A estrutura
O Laboratório Municipal de Biologia Molecular para análises de testes começou a funcionar no último dia 22. A estrutura está localizada no Bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o laboratório vai ser capaz de realizar 320 exames diários, totalizando mais de 1,5 mil por semana. Oito servidores vão trabalhar no local.
Segundo a Secretaria de Saúde, a ideia é ampliar a capacidade de exames e que, futuramente, sejam realizados testes para diagnósticos de outros vírus.
As coletas para a realização dos testes continuarão sendo feitas nos hospitais e em Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da capital, mas também serão criados pontos para colher amostras, principalmente, de profissionais da saúde sintomáticos.
Montado com recursos da iniciativa privada e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o laboratório poderá, nas próximas semanas, aumentar mais sua capacidade de testagem – expectativa é de que chegue a 600 testes PCR feitos a cada 24 horas.
A entrevista
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, concedeu entrevista exclusiva ao Estado de Minas. Na conversa, ele falou sobre a pandemia da COVID-19 e as providências da PBH para reduzir casos, mortes e o impacto da doença no sistema de saúde da capital mineira. Kalil ainda foi questionado sobre ações para a retomada da economia da cidade, eleições municipais, política estadual e nacional. As reportagens serão publicadas ao longo dos próximos dias no portal e nas páginas impressas do Estado de Minas.
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Colaborou Luiz Henrique Campos