Jornal Estado de Minas

ENTREVISTA AO EM

Testes em BH: Kalil promete 48 mil exames moleculares na cidade

 

Um dos principais gargalos de Belo Horizonte no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, segundo especialistas, passa pela falta de testagem da população. A capital tem uma das menores taxas de incidência entre as grandes cidades do Brasil, porém um dos menores percentuais de testes para detecção do vírus na população – etapa fundamental para coordenar políticas públicas.



 

Para o prefeito Alexandre Kalil (PSD), contudo, o problema está perto de uma solução. Segundo ele, a capital mineira já adquiriu 48 mil testes moleculares, que usam o método de coleta de mucosa da faringe e do nariz para detectar a presença do novo coronavírus no paciente.

 

"Belo Horizonte vai testar o dobro da Coreia (do Sul). Já tem 48 mil testes. Está acontecendo, só que o resultado demora. São todos moleculares. Nós estamos fazendo, estamos nos esforçando”, disse em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.

 

Também conhecido como RT-PCR, esse teste é considerado pela Organização Mundial da Saúde como o mais confiável para a detecção do novo coronavírus, o chamado padrão ouro.



 

Isso porque o exame mapeia o material genético do vírus, o chamado RNA. O ideal é realizar o procedimento entre três e sete dias após o surgimento do primeiro sintoma da doença.

 

Perguntado sobre a demora para a prefeitura iniciar o processo e instalar um laboratório próprio para isso, Kalil garantiu que a estrutura com essa finalidade já estava no planejamento da Saúde municipal há muito tempo.

 

“O laboratório não foi feito para a pandemia não. Belo Horizonte precisa de um laboratório e era o plano da Secretaria (Municipal) de Saúde desde sempre. Nós apressamos por causa da pandemia. Mas era um projeto da Secretaria de Saúde”, explicou.



A estrutura

O Laboratório Municipal de Biologia Molecular para análises de testes começou a funcionar no último dia 22. A estrutura está localizada no Bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte.

 

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o laboratório vai ser capaz de realizar 320 exames diários, totalizando mais de 1,5 mil por semana. Oito servidores vão trabalhar no local.

 

Segundo a Secretaria de Saúde, a ideia é ampliar a capacidade de exames e que, futuramente, sejam realizados testes para diagnósticos de outros vírus.

 

As coletas para a realização dos testes continuarão sendo feitas nos hospitais e em Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da capital, mas também serão criados pontos para colher amostras, principalmente, de profissionais da saúde sintomáticos.



 

Montado com recursos da iniciativa privada e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o laboratório poderá, nas próximas semanas, aumentar mais sua capacidade de testagem – expectativa é de que chegue a 600 testes PCR feitos a cada 24 horas.

A entrevista

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, concedeu entrevista exclusiva ao Estado de Minas. Na conversa, ele falou sobre a pandemia da COVID-19 e as providências da PBH para reduzir casos, mortes e o impacto da doença no sistema de saúde da capital mineira. Kalil ainda foi questionado sobre ações para a retomada da economia da cidade, eleições municipais, política estadual e nacional. As reportagens serão publicadas ao longo dos próximos dias no portal e nas páginas impressas do Estado de Minas.

Leia o que já publicamos:

 

 

 

Colaborou Luiz Henrique Campos