Centro de referência para toda Minas Gerais, os hospitais de Belo Horizonte estão na chamada “zona vermelha” – nomenclatura que diz respeito a ocupação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), com ocupação de 87% das UTIs dedicadas a pacientes em estado grave da COVID-19.
Por duas semanas consecutivas, médicos intensivistas da capital também chamaram a atenção para o fato, assinando texto alertando para a situação de risco iminente de colapso no atendimento, no período de 16 a 23 de junho, e, agora, entre os dias 23 e 30 de junho. ( leia o alerta abaixo).
Leia as colunas do DR. Carlos Starling publicadas no site em.com.br
Sob controle
Nesta quarta-feira, o infectologista Carlos Starling, diretor da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comitê de Crise da Prefeitura de Belo Horizonte para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus na capital, em entrevista à reportagem do Estado de Minas, disse que a situação é “preocupante”, porém, está “sob controle”.
Ele lembrou que ter retrocedido no processo de felxibilização do comércio demonstra que a cidade está em sinal de alerta para o momento de aceleração dos casos da doença na capital.
Planejamento
Satrling informou que há um planejamento da PBH para dobrar o número de leitos ofertados na cidade para atendimento de pacientes graves da COVID-19. Segundo o especialista, hoje, inclusive, serão abertos mais 25 leitos – somando-se aos cerca de 300 já em funcionamento-, com capacidade para chegar ao patamar de 722 UTIs.
“Mas é preciso não esquecer que UTIs são equipamentos caros e precisam de profissionais especializados”, alertou o infectologista, destacando que a melhor forma de combater a COVI-19 continua sendo o isolamento social, usar máscaras e seguir protololo de higienização.
Óbitos
Em meio a tantas restrições da pandemia, o infectologista Carlos Starling lembrou que Belo Horizonte está entre as cidades com a menor taxa de mortalidade do país, tendo em vista municípios com mais de um milhão de habitantes. De acordo com Starling, a capital tem 5,2 óbitos para cada 100 mil habitantes.
Alerta do infectologistas
''Nós, coordenadores das unidades de terapia intensiva dos hospitais públicos e particulares de Belo Horizonte, queremos renovar o alerta de que o número de pacientes graves sob nossos cuidados aumentou ainda mais nesta última semana (23/06 a 30/06).
Atingimos níveis críticos de ocupação, reduzindo a disponibilidade de vagas de UTI, insumos e, sobretudo, profissionais treinados e capacitados para cuidar de pacientes tão graves.
Como já é difícil substituir profissionais que adoecem (por COVID ou estresse) é um desafio muito maior conseguir criar escalas para novas equipes de especialistas essenciais para abrir novas unidades e novos leitos.
Em alguns momentos desta semana faltaram vagas nos leitos públicos e pacientes já entubados tiveram que esperar sob cuidados emergenciais nas UPAs e salas de emergência.
É importante entender que a capacidade de aumentar o número de leitos é limitada.
Mesmo se houver ventiladores, medicamentos (que continuam em falta) e demais equipamentos em quantidade suficiente para transformar enfermarias e salas de cirurgia em UTIs, não há número suficiente de profissionais treinados para lidar com pacientes muito graves em terapia intensiva. O que podemos fazer é montar equipes misturando profissionais experientes com outros em formação, o que impacta na qualidade do atendimento.
Estamos todos trabalhando no limite da exaustão física e psicológica num cenário cada vez mais dramático. Não existe milagre e sim um trabalho duro e altamente técnico de times muito bem treinados de médicos, enfermeiros, terapeutas respiratórios e diversos outros profissionais ultra especializados.
Temos orgulho de estar fazendo nossa parte, mas é essencial que toda a sociedade ajude!
Precisamos aumentar ainda mais os cuidados de isolamento e prevenção para reduzir a velocidade da transmissão. Só assim vamos conseguir impedir que pessoas morram por falta de uma vaga de UTI com todos os equipamentos, insumos e profissionais necessários para esse cuidado.
O número de pacientes internados na UTI nesse final de junho é quatro vezes maior que no início de maio. Isso significa que o risco de se contrair COVID-19 na cidade pode ter quadruplicado nesse período.
Por isso, cuide de você, de sua família, amigos, colaboradores e colegas de trabalho aumentando o rigor nas medidas de prevenção:
- Sair de casa apenas se for estritamente essencial e inevitável.
- Manter o distanciamento de 2 metros de outras pessoas.
- Evitar qualquer local com acúmulo de pessoas, sobretudo se for ambiente fechado.
- Intensificar a frequência de higiene das mãos antes e após qualquer situação de risco.
- Usar máscaras corretamente, cobrindo o nariz e a boca e pedir que todos façam o mesmo.
- Ao primeiro sintoma suspeito (como febre, tosse, cansaço, perda de olfato) entrar em contato com o médico, procurar fazer o teste e iniciar o isolamento.''
Dr. Aguinaldo Bicalho Ervilha Júnior
Dra. Bianca Souza de Resende
Dr. Carlos Eduardo Ornelas
Dra. Carolina Tavares Marques de Souza
Dr. Cássio Fernando de Assis Carvalho
Dr. Danilo Castro Pires de Almeida
Dr. Eduardo Sad
Enf. Fabiano Bomfim Torres
Dr. Francisco Rezende
Dr. Frederico Rodrigues Anselmo
Dr. Gláucio de Oliveira Nangino
Dr. Guilherme Mirachi
Dr. Heigler Leite
Dr. Henrique Abreu Alvarenga
Enf. Iany G. da Silva Wiermann
Dr. José Carlos Fernandez Versiani dos Anjos
Dr. João Valle Maricio Neto
Dr. Jorge Paranhos
Enf. Lilian Goretti Viegas Henriques
Enf. Luciana Lages Ferreira
Dr. Luidy Cardoso
Dra. Marcela Rangel de Castro
Dr. Marco Aurélio Reis
Dra. Maria Aparecida Braga
Dr. Maurício Meireles Goes
Dr. Norberto de Sá Neto
Enf. Roberta Maria de Jesus
Dr. Rodrigo Santana Dutra
Dr. Rodrigo Pinheiro Lana
Dr. Rogério Sad
Dr. Saulo Oliveira Freitas
Enf. Sílvia Minelli Fernandes
Dr. Thiago Bragança Lana Silveira Ataíde
Dr. Vandack Alencar Nobre Junior
Enf. Viviane Oliveira