Jornal Estado de Minas

Pandemia

Empresários pedem reabertura do comércio em protesto na Câmara de BH

Dezenas de empresários, muitos deles com camisas amarelas e com cartazes em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, protestam na tarde desta quarta-feira na porta da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Com faixas carregando os dizeres "queremos trabalhar" e máscaras estampadas com "Fora Kalil", os manifestantes pedem a reabertura do comércio.



No discurso, empresários pressionam a presença da vereadora Nely Aquino (PRTB), presidente da Câmara, para ouvir a demanda dos protestantes. No entanto, os organizadores dizem que ela deve estar "com medo de alguma coisa".

Nesta semana, BH voltou a um cenário semelhante ao vivido no início da pandemia. A capital se encontrava no segundo estágio da reabertura, mas voltou à estaca zero com o aumento do número de casos e ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).



Vestidos de verde e amarelo e com o nome do Presidente da República nas costas, pai e filho foram reforçar o discurso contra Kalil. "A gente vem para pressionar os vereadores para que cobrem do Kalil a reabertura do comércio. Eles têm poder mas estão calados e estamos estranhando essa falta de resistência sendo que no ano passado se fazia isso. Após o fechamento do comércio eles simplesmente assinam embaixo", disse o cinegrafista Ricardo Rocha Franca, de 41 anos, acompanhado do filho Victor, de 18. "Os vereadores são funcionários do povo. Ainda é uma coisa difícil dos políticos entenderem", conclui.



Mascarado com "Fora Kalil", o corretor de imóveis Vagner Joaquim Ferreira, de 23, se diz indignado com a administração pública.

"Governo do Kalil com erros e fraudes na cara dura. Prometeu abrir a caixa preta do transporte e não abriu. Prometeu arrumar a Cristiano Machado e não fez nada", reclamou, pedindo também a retomada das atividades comerciais. "Todo mundo precisa do pão de cada dia, o que ele tá fazendo se chama genocídio com a população BH."

Resposta do Kalil

Na última segunda-feira, um grupo de manifestantes também se reuniu na sede da Prefeitura de Belo Horizonte e pediu a reabertura do comércio na capital mineira em meio à pandemia do novo coronavírus. Em entrevista ao Estado de Minas, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) respondeu que ''Quem tem medo de buzina é cachorro distraído''.

Oração para 'sensibilizar'

Chegando ao fim da manifestação, os Bolsonaristas cantaram o Hino Nacional. Em seguida, se ajoelharam para rezar o "Pai Nosso" e fazerem uma "oração evangélica". "Vamos ajoelhar e orar, isso sensibiliza a sociedade", pediu um dos organizadores. No encerramento, os manifestantes carregaram um caixão que, segundo eles, simboliza a morte de Belo Horizonte.



(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


Parte dos militantes afirmava que iria à porta do Palácio das Artes para "ficar de costas" para a nova diretoria do TJMG que assume nesta quarta-feira promovendo possível aglomeração no teatro. "Por quê eles podem?", diziam.

Segundo o TJMG, em nota enviada ao Estado de Minas, a entrada “será restrita aos desembargadores, a algumas autoridades e familiares dos empossados, mediante apresentação de credenciais individuais”. Ainda segundo o comunicado, “todos serão submetidos à medição de temperatura no ingresso e deverão estar usando máscaras e seguir os procedimentos preventivos indicados, como o uso de álcool gel e manter o distanciamento.

"Serão 200 pessoas num ambiente para duas mil pessoas, então haverá espaço de segurança. Além do mais, a lei não permite posse virtual, é obrigatório que seja presencial", justificou o atual presidente, Nelson Missias. Ele também ressaltou: "A orientação é de que não haja cumprimentos".