Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Saiba por que medidas de combate à COVID-19 são vistas como ameaça à liberdade

Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19 (foto: Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19)
Cerca de um terço das pessoas tendem a agir desafiadoramente quando sentem que sua liberdade está ameaçada, segundo pesquisa de uma universidade americana. Essa situação se enquadra nas medidas de proteção determinadas por autoridades para evitar a disseminação do novo coronavírus. E um exemplo disso é o uso obrigatório de máscaras nos espaços públicos de Belo Horizonte.



O estudo foi feito pelo professor de marketing e psicologia da Fuqua School of Business da Duke University Gavan Fitzsimons. A pesquisa revela que esse tipo de reação pode ser contida, caso a maneira como as autoridades comunicam recomendações fossem diferentes. De acordo com o professor, esse comportamento é desencadeado quando nosso acesso a algo é restrito.

"Algumas pessoas tendem a lutar contra recomendações ou restrições em níveis mais altos do que outras. Isso é visto mais naturalmente entre os adolescentes, pois reagem dramaticamente às ameaças à sua liberdade. Assim como os homens tendem a mostrar isso um pouco mais claramente do que as mulheres, e os jovens mais que os idosos", explica.

De acordo com os resultados da pesquisa, abordar essas pessoas na rua, por exemplo, pode gerar um efeito contrário. “Essa pessoa não está mais usando máscara porque decidiu que a liberdade é realmente importante para ela. Se você ameaçar ainda mais, aumentará a reação do indivíduo. Reafirmo que o potencial de resultados negativos é substancial", disse.



O especialista revela que a melhor maneira de fazer com que esses indivíduos deem ouvidos é pela comunicação com pessoas de suas redes e comunidades próximas. 

Uso obrigatório de máscaras no estado


Desde o dia 17 de abril, o governador Romeu Zema (Novo), sancionou um projeto de lei que obriga o uso de máscaras em Minas Gerais. A medida é válida para os profissionais que prestam atendimento em órgãos e entidades públicas, nos sistemas penitenciário e socioeducativo, nos estabelecimentos comerciais, industriais, bancários, rodoviários e metroviários. E ainda nas instituições de acolhimento de idosos, nas lotéricas e nos serviços de transporte público e privado de passageiros de competência estadual.

O governador anunciou ainda em suas redes sociais que a Polícia Militar fará a fiscalização do uso obrigatório das máscaras.



Projeto prevê multa para quem não usar máscaras em BH

Um projeto de lei aprovado pela Câmara de Vereadores de Belo Horizonte prevê multa no valor de R$ 100 para quem descumprir a norma e andar por espaços públicos sem máscara de proteção. 

O texto também estabelece que comerciantes devem impedir entrada de clientes sem máscara. Caso a medida seja desrespeitada, o estabelecimento pode perder o Alvará de Localização e Funcionamento.

Agora o documento segue para sanção do prefeito Alexandre Kalil (PSD).

*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz