Jornal Estado de Minas

COVID-19

Coronavírus pressiona o Vale do Aço e cidades na divisa com o Rio

Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19 (foto: Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19)


Grande número ou elevação rápida de casos de COVID-19 chamam a atenção em algumas cidades de regiões distintas do interior de Minas. Entre elas Ipatinga, citada ontem como preocupante pelo governador Romeu Zema (Novo), e Muriaé, na Zona da Mata, além de outras cidades na divisa com o Rio de Janeiro. Décima cidade mais populosa de Minas Gerais, Ipatinga tem o terceiro maior número de diagnósticos da doença provocada pelo novo coronavírus, um total de 2.150, posição que credita ao número elevado de testes realizados no município, um para cada 25 cidadãos, com resultados positivos para muitas pessoas as- sintomáticas. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o número de casos do município polo do Vale do Aço só é superado pelos de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com 6.354, e Belo Horizonte com 5.771.



Segundo a prefeitura, Ipatinga, que tem 263.410 habitantes, de acordo com IBGE (2019,) passou a realizar os exames na casa das pessoas desde semana passada. Em 28 de maio, a cidade tinha 200 casos confirmados e um óbito. Ontem, eram 2.150 casos e 43 óbitos. O município registra ainda 4.562 casos suspeitos e 87 internados. "Só na última semana compramos 10 mil testes rápidos. Hoje, o município já realizou mais de 10.800 exames", disse a secretária municipal, Érica Dias.

A escalada coronavírus é notável em Muriaé. Segundo o boletim da SES, a cidade registrava 21 mortes – mesmo número do dia anterior – e 855 casos ontem, 129 a mais que na terça-feira. Há uma semana, o município contava com 609 infecções e 17 mortes por coronavírus. De acordo com a Secretaria de Saúde de Muriaé, até ontem, 54 pacientes estavam internados em leitos reservados para tratar COVID-19 no município. Testes já confirmaram a infecção em 30 deles. Do total de internados, 21 pacientes estão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo que 15 desses precisaram ser intubados.

Por meio de decreto válido desde 22 de junho, a Prefeitura de Muriaé permite a abertura de estabelecimentos comerciais essenciais, com horário definido para fechar. O texto também proíbe a circulação em praças públicas, bem como quadras e campos para prática de esportes.



A situação da epidemia em Muriaé se repete em menor escala em cidades vizinhas, próximas da divisa com o estado do Rio de Janeiro. Segundo o boletim da SES, Ubá tinha ontem 142 casos confirmados e três mortes por coronavírus. Em 24 de junho, há uma semana, a SES registrava 106 casos e três óbitos no município.

Até ontem, a SES contabilizava 86 casos e duas mortes em Cataguases, os mesmos números do dia anterior. Porém, na última semana, a cidade registrou 27 novos casos. No mesmo período, Além Paraíba passou por uma alta de mais de 50% no número de infecções confirmadas por coronavírus. Ontem, a SES registrava 154 casos e dois óbitos na cidade. Em 24 de junho, eram 100 casos, e as mesmas duas mortes por COVID-19.

Consultada, a SES reforçou a necessidade de adesão dos municípios ao Minas Consciente – que lista protocolos de controle das atividades econômicas. No caso específico de Ipatinga, informou, por meio de nota, que o governo do estado enviou 21 respiradores e quatro cardioversores, que vão equipar os hospitais Municipal e Márcio Cunha, o que possibilitará a ampliação de leitos de UTI. *Estagiário sob supervisão da subeditora Rachel Botelho