Representantes do comércio, empresários e sindicatos participaram na tarde desta quinta-feira de uma reunião com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) na Prefeitura de Belo Horizonte para discutir a flexibilização das medidas adotadas pela administração municipal.
Mesmo com os números crescentes do novo coronavírus na capital mineira e a possibilidade de o prefeito precisar decretar "lockdown", empresários defenderam abertura total por quatro dias por semana. De acordo com a administração municipal, a cidade tem 7.144 casos confirmados e 158 mortes.
Na última sexta-feira, Kalil decidiu recuar no processo de reabertura do comércio. Desde segunda-feira, apenas serviços considerados essenciais podem abrir as portas. A medida tem como objetivos frear a propagação do novo coronavírus e conter a crescente demanda por internações no sistema público de saúde.
Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o chefe do Executivo municipal condicionou a retomada — ou um possível lockdown — aos números da pandemia.
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Ao ser questionado sobre o funcionamento dos shoppings, ele afirmou que a abertura é segura. "Seguiríamos todos os protocolos, mediríamos as temperaturas, teríamos uma faixa para a entrada e outra para a saída", acrescentou.
Nadim saiu otimista da reunião com o prefeito e infectologistas. "Ficamos satisfeitos. Os números estão altos, sabemos que não dá para abrir amanhã. Mas há uma grande possibilidade na próxima semana, se os números caírem, que eles aceitem", disse.
O presidente da Associação de Lojistas de Shopping Centers (Aloshopping), César Albuquerque, também participou da reunião. Ele avalia a situação como "complicada" para os lojistas dos shoppings. Estima-se que mais de 200 lojas fecharam as portas definitivamente em pandemia.
Ele defende a reabertura em breve. "A gente percebeu dados científicos e técnicos que mostram que o cuidado tem que existir. Porém, os shoppings estão muito preparados para serem abertos. O protocolo criado pelo shopping, de certa forma, está acima dos de hospitais. O trâmite dentro dos shoppings, a preparação foi muito bem elaborada. "Mas temos que respeitar", disse. Ele sustentou que é importante acompanhar a evolução da doença. "Mas não podemos esquecer do lado da saúde financeira das empresa", finalizou.
Já o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva, disse que o diálogo é importante e que está marcada uma nova reunião na próxima quarta-feira. "Muito importante a prefeitura estar recebendo o setor produtivo da cidade, explicando as questões, comunicando, fazendo esse diálogo. Nós entendemos muitos pontos", disse.
Ele pressiona para que os leitos do Hospital de Campanha sejam abertos. "O mais importante é saber quando vamos ter os leitos disponíveis com as equipes para que tenhamos os números em condições tranquilas para que possa voltar o comércio", completou.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que estuda as propostas apresentadas na reunião.