Jornal Estado de Minas

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Kalil: "A culpa não é do comércio nem da prefeitura. A culpa é do vírus"

 

O prefeito Alexandre Kalil (PSD) usou o Twitter para publicar um vídeo com declarações suas durante o encontro com comerciantes ocorrido na sede do Executivo municipal na tarde desta quinta-feira (2).



 

“Conversei hoje com representantes dos comerciantes. Precisamos vencer o primeiro tempo, contra o vírus, e, no segundo tempo, ajudar a economia”, escreveu o político na postagem.

 

 

 

“O Marcelo (de Souza e Silva), que está aqui, o presidente da CDL, falou uma coisa que é muito certa: a culpa não é do comércio. A culpa não é da prefeitura. A culpa é do vírus”, disse o prefeito na gravação.

 

Ainda no vídeo, Kalil abordou vários assuntos. E voltou a alfinetar o governo do estado. "Nós estamos assumindo um ônus que não é nosso. Nós temos o hospital do Barreiro, o Célio de Castro, e o Odilon Behrens. E estamos agindo como se fossemos o estado, e não somos o estado. Somos a cidade de Belo Horizonte", afirmou.



 

Kalil também disse que sua vontade de abrir o comércio da cidade é "desesperadora", mas que é preciso aguardar o controle dos indicadores que circundam a pandemia.

 

Leitos e medicamentos

 

 

Apesar da crescente ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria, o prefeito disse que o município não tem problemas com internação.

 

“Nós aumentamos os nossos leitos, de março até hoje, em mais de 400%. Nós não temos hoje problemas com a internação”, salientou Alexandre Kalil.



 

Ele também pontuou sobre a situação dos anestésicos e relaxantes musculares. As substâncias estão em falta no mercado, sendo vendidas a preços altos, atingindo um aumento de 300%, quando disponíveis.

 

“Faltou anestésico no mundo inteiro. Nós pegamos o nosso estoque que daria para três meses e emprestamos para a Santa Casa, o (Hospital) São Francisco e o (Hospital) Mário Penna", justificou o chefe do Executivo municipal.

 

A Secretaria Municipal de Saúde acompanha com preocupação a situação do desabastecimento de anestésicos na rede hospitalar.

 

Recentemente, a prefeitura da capital recebeu cerca de 10 mil ampolas dessas substâncias, doadas pela Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma), que ajudarão a reforçar o estoque da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) de BH.



 

Nova proposta

 

As declarações foram dadas nesta quinta, quando o prefeito Kalil se reuniu com representantes do comércio de Belo Horizonte para discutir o futuro da capital mineira quanto à flexibilização do terceiro setor.

 

Na ocasião, as partes concordaram em manter apenas as atividades essenciais em funcionamento na próxima semana, mas foi apresentada ao chefe do Executivo municipal e aos membros do comitê de enfrentamento à COVID-19 um novo modelo de reabertura: apenas quatro dias da semana, de terça a sexta-feira, das 11h às 19h.

 

Em posicionamento oficial, Kalil ficou de analisar a proposta e se manifestar até esta quarta-feira (8).

 

Participaram da reunião com o prefeito representantes do comércio de óticas, tecidos, vestuários, armarinhos, calçados, livrarias, papelarias, joalherias, supermercados, setores atacadista e varejista, automóveis e acessórios, shoppings, hotéis, restaurantes e bares. Eles voltarão a se encontrar com o Executivo municipal na quarta-feira.

 

Números da pandemia

 

Belo Horizonte tem, conforme a última atualização, 7.144 casos confirmados de COVID-19. Desses, 2.138 estão em acompanhamento, 4.848 se recuperaram e 158 morreram. Entre os mortos estão 80 homens e 78 mulheres.