A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar que governos incentivem o uso da proteção, mas especialistas alertam: máscara não é vacina nem elimina a necessidade do distanciamento social. E precisa ser usada corretamente, associada a medidas de higiene.
Qual é o modelo mais adequado?
Como usar?
“É importante que as pessoas entendam que a máscara dá uma sensação de segurança, mas não adianta aglomerar de máscara. Tem que manter distância, cuidar da higiene das mãos, trocar a máscara, higienizar”, reforça a microbiologista, lembrando ainda dos cuidados com a limpeza. Segundo a especialista, deixar a máscara de molho na água com sabão por 15 minutos, depois esfregar, enxaguar e deixar secar é o suficiente para eliminar micro-organismos. “Muitos infectologistas recomendam deixar de molho em água sanitária, mas nenhum vírus vai resistir a essa lavagem com sabão. Há exagero em determinadas considerações e a gente tem que usar o bom senso”, afirma.
Respire com segurança
- Certifique-se de produzir ou comprar um modelo que permita respirar enquanto fala e caminha rapidamente
- Lembre-se, o uso de máscara de tecido por si só não garante nível adequado de proteção. Mantenha distância física mínima de pelo menos um metro de outras pessoas e limpe frequentemente as mãos
- A OMS orienta que recomendações de autoridades locais sempre sejam consultadas sobre práticas indicadas em cada região
As várias faces da proteção
Confira os resultados de alguns dos principais estudos internacionais sobre a eficiência de diferentes modelos e materiais
O que concluiu: Mostrou que máscaras N95, médicas e caseiras feitas de papel de toalha de quatro camadas e tecido de uma camada poderiam bloquear 99,98%, 97,14% e 95,15% dos vírus em aerossóis.
O que concluiu: Em grupos familiares (335 pessoas em 124 famílias e com pelo menos um caso COVID-19 confirmado por laboratório) o uso de máscara facial pelo paciente primário e pelos contatos familiares antes de o caso primário desenvolver sintomas foi 79% eficaz na redução da transmissão. O uso diário de desinfetante à base de cloro ou etanol nas residências foi 77% eficaz.
O que concluiu: O objetivo foi investigar se a máscara de algodão usada por uma pessoa com infecção respiratória poderia conter as gotículas respiratórias quando comparadas às máscaras cirúrgicas. Voluntários adultos com gripe confirmada e casos suspeitos da COVID-9 usaram máscaras médicas e máscaras de algodão de camada tripla em um quarto e em um carro com ar condicionado. Não houve diferença significativa na contenção de gotículas ao tossir ou espirrar entre os modelos estudados. Autores concluíram que a máscara de algodão poderia ser um substituto para a máscara cirúrgica em pessoas infectadas e que a população pode usar diariamente a máscara de algodão, desde que a higiene seja feita para reutilização.
O que concluiu: Estudo avaliou a combinação de diferentes tecidos para máscaras caseiras. Verificou-se que uma única camada apresenta variações de eficácia de 5% a 95% e que as eficiências melhoram quando várias camadas dos tecidos são usadas e ao usar combinações de tecidos diferentes. A eficiência de filtração de máscaras com camadas algodão-seda, algodão-chiffon, algodão-flanela, foi maior que 80%. O algodão em melhor desempenho tem malhas mais fechadas, sendo o mais eficiente aquele que possui 60 fios. Também verificaram que espaços entre as máscaras de tecido e o rosto podem reduzir em até 60% a eficácia de filtração.
O que concluiu: O estudo confirmou a transmissão do vírus por gotículas respiratórias entre hamsters infectados com SARS-CoV-2 e hamsters não infectados. E verificou que o uso de filtros baseados em máscara cirúrgica (entre as gaiolas), reduz o risco de transmissão em até 75% quando usadas pelo indivíduo saudável e 85% quando usadas pelo indivíduo infectado.
O que concluiu: Estudo que embasou a recomendação de uso de máscaras pela população em geral pela OMS. A pesquisa identificou 172 estudos em 16 países e seis continentes, sem ensaios clínicos randomizados e 44 estudos comparativos relevantes em contextos de assistência à saúde e de não-assistência à saúde (totalizando 25.697 pacientes). Para os profissionais de saúde, os dados mostram que as máscaras N95 são melhores para a proteção do que as cirúrgicas. Para o público em geral, as evidências mostram que o distanciamento físico superior a 1 metro é altamente eficaz e que as máscaras faciais, cirúrgica ou de algodão de múltiplas camadas, melhoram a proteção.
O que concluiu: Usou modelagem probabilística para estimar os riscos de infecção após 30 segundos ou 20 minutos de exposição ao vírus, segundo o tipo de máscara. O risco de infecção cai de 24% a 44% na exposição de 30 segundos, e de 94% a 99% na exposição por 20 minutos, dependendo da máscara. Modelos N95 reduziram o risco de infecção em 99%, máscaras não tradicionais reduziram o risco em até 83%. Dos materiais testados (saco de pano de aspirador, algodão, fronha), o que teve menor eficácia foi o lenço de pano, que reduziu o risco em 44%. Concluíram que, embora as máscaras N95 (e respiradores similares) sejam recomendadas para profissionais de saúde, materiais alternativos podem ser úteis quando houver escassez de equipamentos de proteção individual.
Tema: Seleção de materiais domésticos para revestimentos faciais de pano caseiros e melhoria da eficiência de filtragem com carregamento triboelétrico (Publicado na revista Nano Letters)
O que concluiu: Estudo mostra que estruturas multicamadas de algodão, poliéster e polipropileno podem atender ou até exceder a eficiência dos materiais usados em algumas máscaras faciais médicas. Reitera que as essas eficiências de filtragem são aplicáveis apenas se não houver vazamento nas vedações, pois se as máscaras estiverem frouxas, tanto caseiras quanto médicas, não garantem a proteção. Autores dizem que o público em geral deve estar ciente dos riscos de autocontaminação durante a remoção e reutilização de revestimentos de pano.
A OMS recomenda que os governos incentivem o uso de máscaras de tecidos não-médicos, que podem atuar como uma barreira para impedir a disseminação do vírus do usuário para outros, em locais com muitos casos de COVID-19, e para o público em geral, onde o distanciamento físico de pelo menos 1 metro não for possível, como em transporte público, em lojas ou em outros ambientes confinados ou lotados. Orienta que as máscaras sejam usadas apenas como parte de uma estratégia abrangente, considerando que só o acessório não protege do vírus. As pessoas também devem limpar as mãos com frequência e manter uma distância de pelo menos um metro umas das outras.
O que é o coronavírus?
Como a COVID-19 é transmitida?
Como se prevenir?
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Mitos e verdades sobre o vírus
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