A empresa mineira Tacom, sediada em Belo Horizonte, aguarda a homologação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produzir e comercializar, em larga escala, ventiladores pulmonares. A ideia é utilizar os equipamentos no tratamento dos pacientes diagnosticados com quadros graves do novo coronavírus.
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Polícia recupera respiradores roubados em Ribeirão das NevesEm uma semana, Leopoldina registra quase 100 novos casos de COVID-19Dupla assalta pedestres no Centro de BH, foge em táxi, e é detida pela Polícia Militar Turistas voltam a burlar decreto e derrubam tapumes para ir ao Topo do MundoAo Estado de Minas, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, explicou que a Anvisa só pretende liberar os equipamentos depois de todos os testes.
“A Anvisa está fazendo todas as exigências de um processo normal, que normalmente demora um ano. A gente acha que, neste momento, seria bom se alguma urgência ou tolerância a padrões menos relevantes fossem dados”, afirmou.
O pedido de homologação foi feito pela Tacom. Em junho, a empresa estimava produzir, após a liberação, 10 mil equipamentos em três meses. Pensado e desenvolvido em 20 dias, o aparelho foi fruto da soma de forças entre engenheiros, programadores e desenvolvedores.
Os primeiros 1.500 equipamentos já foram encomendados pela Fiemg, que fará a distribuição para hospitais e prefeituras selecionadas. O governo estadual já sinalizou a compra de outros 1.500 respiradores.
O Mater Dei compõe a força-tarefa montada em prol do desenvolvimento do ventilador. A rede de hospitais cedeu a estrutura necessária para a testagem do equipamento.
O respirador produzido pela Tacom tem custo aproximado de R$ 15 mil. O valor é consideravelmente inferior ao praticado por outras empresas. No último mês, por exemplo, o EM mostrou que, em abril, o governo federal desembolsou R$ 78 milhões para adquirir 3,3 mil respiradores da também brasileira KTM.
No mês passado, o diretor comercial da empresa, Marco Antônio Tonussi, assegurou que a prioridade é desafogar o sistema público de saúde.
"Estabelecemos uma política de custos bancados pelas empresas parceiras para que o primeiro lote da Fiemg chegue sem ônus para os hospitais e a preço de custo para o estado. Nossa política também prevê que antes de atender qualquer pedido de empresas revendedoras, vamos atender primeiramente hospitais e órgãos públicos com preços subsidiados", pontuou.
O produto da Tacom tem funcionalidades como a que evita o vazamento de ar contaminado. O equipamento pode ser controlado de forma remota, permitindo que profissionais de saúdes se dediquem a casos mais graves.
Ações judiciais proporcionam respiradores
Em meados de junho, o governador Romeu Zema (Novo) divulgou a distribuição de 500 respiradores às cidades mineiras. Desses, 420 foram comprados com recursos provenientes da Ação Pública movida contra as mineradoras Samarco e BHP por conta da tragédia de Mariana, ocorrida em 2015.Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, por exemplo, recebeu 10 dos 500 ventiladores adquiridos pelo Executivo estadual. A leva vai reforçar as unidades de terapia intensiva (UTIs) da Santa Casa municipal.
Conserto de ventiladores
Em março, Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e indústrias anunciaram projeto para a recuperação de respiradores danificados. Em outra entrevista ao Estado de Minas, Flávio Roscoe projetou que cada ventilador reparado pode salvar entre 5 e 10 mineiros de óbitos em virtude do coronavírus.
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) também tem atuado no conserto dos insumos. Em maio, o secretário adjunto de Estado de Saúde, Marcelo Cabral, anunciou que a corporação recolheu mais de 400 respiradores para manutenção.
Importância
Os ventiladores mecânicos são fundamentais para o tratamento à COVID-19, infecção que pode trazer consequências aos pulmões. Os equipamentos ajudam, justamente, os portadores de formas agudas da virose.